Faculdade de Medicina da USP é pioneira no uso de robô cirúrgico no ensino - Professor da USP explica que a formação de cirurgiões objetiva passar esse conhecimento para que a técnica possa ser incorporada ao SUS
A Faculdade
de Medicina da USP inaugurou o Centro de Treinamento em Procedimentos
Minimamente Invasivos (Promin). A instituição passa a ser a primeira escola
médica da América Latina a contar com um robô cirúrgico para ensino de ponta em
cirurgia, tecnologia em alta no meio médico. O professor José Pinhata Otoch,
titular da disciplina de Técnica Cirúrgica do Departamento de Cirurgia da
Faculdade de Medicina da USP, explica a utilização da técnica e suas
perspectivas.
O que é a
técnica?
Procedimentos
Minimamente Invasivos é o nome dado a técnicas que se propõem a realizar
cirurgias com portas de entradas mínimas no corpo, sendo um dos meios o uso de
robôs. Otoch explica que enquanto na cirurgia convencional precisa-se fazer uma
incisão grande para que a mão do cirurgião caiba, o robô consegue chegar no
órgão almejado com apenas um pequeno corte. Ele afirma que, como consequência,
cirurgias desse tipo requerem menos tempo de internação e têm menos traumas
cirúrgicos.
O professor
comenta que não são todos os tipos de cirurgia que são facilmente transpostos
para o modelo robótico – cirurgias de traumas, ou seja, que envolvem acidentes
e necessitam de urgência, são um exemplo de caso insubstituível. Já cirurgias
eletivas, em que o médico se programa para fazer, “têm uma indicação muito
precisa para robótica. Então cirurgias urológicas, do trato digestório e
algumas cirurgias pulmonares têm hoje uma perspectiva clara de aplicação da
robótica”, diz ele.
Adoção no
SUS
A premissa do robô é poder não só levar aprendizado para os membros da Faculdade de Medicina, mas para o Brasil como um todo. “A formação de cirurgiões tem um objetivo muito claro que é passar esse conhecimento para que isso possa ser incorporado dentro do Sistema Único de Saúde”, afirma o médico. Ele complementa dizendo que atualmente a técnica de Procedimentos Minimamente Invasivos segue um nicho de alta renda, e o intuito é democratizar esse acesso.
A tecnologia
segue uma crescente nos últimos anos. Otoch diz que ela ainda era uma ilusão
poucas décadas atrás, mas que hoje se desenvolve rapidamente. “Até alguns anos
atrás, nós tínhamos dois fabricantes de robô no mundo; hoje nós temos 160”, diz
o professor. E por mais que, segundo ele, a atualização profissional no campo
médico tenha seguido “um caminho paralelo à universidade”, o novo Centro de
Treinamento em Procedimentos Minimamente Invasivos, pioneiro na América Latina,
vem para mudar isso.
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