Microplásticos: a ameaça invisível que está em nosso dia a dia - Descubra como esses fragmentos estão contaminando alimentos, água e ar; e quais medidas simples podem reduzir a exposição e proteger a saúde
Os microplásticos, partículas minúsculas que invadiram nossos
alimentos, água e até o ar que respiramos, estão se tornando uma ameaça
silenciosa à saúde humana. Originados da degradação de produtos plásticos
maiores e presentes em uma vasta gama de itens cotidianos, esses fragmentos
invisíveis têm potencial para causar uma série de problemas de saúde. Estudos
recentes apontam para a necessidade urgente de conscientização e ação para
reduzir a exposição a esses poluentes. Esses fragmentos podem ser encontrados
em diversos produtos que usamos diariamente. Roupas sintéticas, como poliéster
e náilon, a cada lavagem, liberam fibras plásticas que acabam nos oceanos e,
eventualmente, nos nossos pratos. Cosméticos, como esfoliantes e pastas de
dente, também são fontes de microplásticos. Além disso, o uso de utensílios
plásticos, especialmente em contato com alimentos, é uma das principais vias de
contaminação, como potes, garrafas e tábuas de corte plásticas transferem
partículas para alimentos e bebidas. Um estudo da American Chemical Society
(ACS) revelou que uma única tábua de corte pode expor os seres humanos a até
79,4 milhões de microplásticos por ano. Portanto, substituir esses utensílios
por opções em vidro, silicone ou aço inoxidável é uma das primeiras medidas
recomendadas para reduzir essa exposição.
A questão dos alimentos embalados em plástico e das latas
revestidas com BPA (Bisfenol A) é especialmente preocupante. Um estudo de 2023
da Universidade de Nebraska-Lincoln identificou até 4 milhões de microplásticos
por centímetro quadrado em certos alimentos para bebês aquecidos no micro-ondas
em recipientes plásticos. Além disso, a água que consumimos, seja engarrafada
ou da torneira, também pode conter microplásticos. Filtrar a água antes de
beber ou cozinhar é essencial para minimizar essa ingestão. Pesquisas indicam
que um filtro de alta qualidade pode remover partículas significativas desses
poluentes. Estudos sugerem que essas partículas podem causar uma série de
problemas, entre eles doenças respiratórias, como asma e bronquite, inflamação crônica e estresse oxidativo,
aumentando o risco de doenças como câncer e problemas cardiovasculares,
inflamação do sistema digestivo, além de intoxicação, como o BPA, que pode
levar a distúrbios hormonais e até mesmo a certos tipos de câncer. Pesquisas
iniciais indicam que microplásticos podem atravessar a barreira
hematoencefálica e contribuir para o surgimento de doenças neurodegenerativas,
como Alzheimer e Parkinson.
Medidas
simples podem reduzir a exposição
Adotar hábitos simples no dia a dia pode fazer uma grande
diferença. Além de evitar utensílios plásticos, é recomendável optar por
alimentos frescos e integrais, preferindo sempre que possível os que não são
embalados em plástico. Produtos como mariscos e mexilhões, que tendem a
acumular microplásticos, também devem ser consumidos com moderação. Roupas de
fibras naturais, como algodão e linho, liberam menos microplásticos durante as
lavagens em comparação com tecidos sintéticos. Outro ponto importante é a
escolha de produtos de higiene e cosméticos. Verifique os rótulos e evite
aqueles que contenham microplásticos adicionados, como politetrafluoretileno
(PTFE) ou polietileno (PE). A crescente presença de microplásticos em nossas
vidas representa um desafio significativo para a saúde pública. Embora ainda
haja muito a ser aprendido sobre os efeitos a longo prazo, as evidências atuais
já justificam medidas preventivas para reduzir a exposição. Adotar um estilo de
vida mais consciente pode não só proteger nossa saúde, mas também contribuir
para a preservação do meio ambiente.
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