Safra de grãos dever chegar a 298,6 milhões de toneladas, diz Conab - Estimativa representa queda de 6,6% em comparação à safra anterior
O Brasil deverá produzir um total de 298,6 milhões de
toneladas de grãos na safra 2023/2024. A estimativa representa uma queda de
6,6% (ou 21,2 milhões de toneladas), na comparação com a safra anterior
(2022-2023). Apesar da redução, o resultado, se confirmado, corresponderá à
segunda maior safra já colhida no país.
De acordo com o 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado
nesta terça-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a
queda se deve principalmente à perda na produtividade média das lavouras do
país, decorrente de adversidades climáticas.
“O efeito de adversidades climáticas sobre o desenvolvimento
das culturas, desde o início do plantio até as fases de reprodução das
lavouras, provocou situações em que áreas com redução das chuvas desaceleraram
o desenvolvimento das plantas, ocorrendo queda da produtividade ou em regiões
com aumento da precipitação houve inundações nas áreas de cultivo, o que também
tende a reduzir a produtividade”, diz o levantamento.
Com relação à área cultivada, houve um acréscimo de 1,5%, o
que corresponde a 1,18 milhão de hectares a mais, na comparação com a safra
passada. A Conab explica que os maiores crescimentos foram observados na soja
(1,95 milhão de hectares), seguido do gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz.
“Já o milho total teve redução de 1,3 milhão de hectares,
seguido do trigo e demais cultura de inverno”, acrescentou. A colheita do milho
segunda safra está avançada, já seguindo para a finalização. A produção
estimada é de 90,28 milhões de toneladas. Semeaduras feitas durante a janela
ideal (entre janeiro e meados de fevereiro), obtiveram produtividades “dentro
do esperado e até superiores às registradas na última safra”. Isso se deve
principalmente à regularidade das chuvas durante o desenvolvimento da cultura.
“Exceções a esta situação ocorreram no Paraná, São Paulo e
Mato Grosso do Sul, onde veranicos ocorridos em março e abril, aliados a altas
temperaturas e ataques de pragas, comprometeram o potencial produtivo do
cereal”, detalhou a Companhia ao informar que houve também redução da área
destinada ao plantio de milho na primeira e na segunda safra.
O total produzido no atual ciclo é de 115,65 milhões
toneladas, número que corresponde a uma queda de 12,3%, na comparação com a
temporada anterior.
Algodão,
arroz e feijão
A produção estimada de algodão pluma é de 3,64 milhões de
toneladas representa recorde na série histórica da Conab, e um aumento de 14,8%
na produção. O resultado se deve às condições climáticas que favoreceram ao
desenvolvimento da cultura. Também colaborou para este crescimento o aumento de
16,9% na área semeada
A colheita de arroz já foi finalizada. Segundo a estimativa
da Conab, ela será de 10,59 milhões de toneladas, resultado 5,6% maior do que o
volume obtido na safra anterior. O arroz irrigado deverá ficar em 9,74 milhões
de toneladas, enquanto a do sequeiro está estimada em 844,8 mil toneladas.
“O aumento verificado é influenciado pela maior área
cultivada no país, já que a produtividade média das lavouras foi prejudicada,
reflexo das adversidades climáticas, com instabilidade durante o ciclo
produtivo da cultura, em especial no Rio Grande do Sul, maior estado produtor do
grão”, detalhou a Companhia.
Já no caso do feijão, as três safras da produção devem
totalizar 3,26 milhões de toneladas, o que representa aumento de 7,3% na
comparação com a safra anterior. A primeira já teve colheita finalizada (942,3
mil toneladas). A segunda safra, estimada em 1,5 milhão de toneladas, foi
prejudicada por causa de fatores como falta de chuvas; temperaturas elevadas em
alguns estados produtores; e pela incidência de doenças e da mosca-branca. A
terceira safra deverá chegar a 812,5 mil toneladas
Soja e
trigo
Principal grão cultivado no país, a soja deve fechar a atual
safra com um total de 147,38 milhões de toneladas produzidas. O resultado
representa uma queda de 4,7%, na comparação com o ciclo anterior.
“Nas áreas semeadas entre setembro e outubro, nas Regiões
Centro-Oeste, Sudeste e na região do Matopiba [que compreende os estados do MT,
TO, PI e BA], houve alterações no potencial produtivo das lavouras, com os
baixos índices pluviométricos e as altas temperaturas, situações que causaram
replantios e perdas de produtividade, diferente das áreas com lavouras mais
tardias”, informou a Conab.
Destaque entre as culturas de inverno, o trigo já concluiu
sua fase de semeadura na Região Sul, que é maior produtora do cereal no país,
que responde por 85% da área cultivada. “No Rio Grande do Sul, após o atraso
inicial da semeadura em razão do excesso de chuvas, teve o plantio concluído,
assim como as áreas semeadas no Paraná. A expectativa é de uma redução de 11,6%
na área destinada ao cereal, estimada em 3,07 milhões de hectares”.
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