Cerrado: desmatamento emite 135 milhões de toneladas de CO2 desde 2023 - Levantamento é do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
O desmatamento no Cerrado gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024. O volume que corresponde a 1,5 vezes o total produzido pela indústria brasileira a cada ano.
Levantamento
foi feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e divulgado
hoje (18). Os dados foram obtidos através do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de
Desmatamento do Cerrado), que utiliza satélites ópticos do sensor Sentinel-2,
da Agência Espacial Europeia e compara imagens de áreas com um intervalo mínimo
de seis meses, a fim de observar se houve derrubada de árvores.
Segundo
maior bioma do país e altamente diverso, o bioma é formado por três tipos de
vegetação: a savânica, que predomina e foi a mais destruída no período, a
florestal e a campestre.
Mais uma
vez, o Ipam evidenciou a catástrofe que o desmatamento na região apelidada de
Matopiba - que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia
- tem representado para o bioma. Os
casos de incêndio nessas unidades federativas são o motivo da distribuição de
108 milhões de toneladas de gás carbônico, espalhadas na atmosfera.
O volume
corresponde a 80% do total registrado no bioma e à metade do dispersado pelo
setor de transportes, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e
Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
Em segundo
lugar, aparece o Maranhão, com 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono
expelidas e 301 mil hectares de vegetação nativa devastada. Conforme salienta o
Ipam, o estado também lidera as emissões originadas pelo desmatamento de
formações campestres (6 milhões de toneladas).
Dentro da
sigla que compreende os quatro estados, estão Bahia, em terceira posição na
lista, com 24 milhões de toneladas, e Piauí, por último, com 11 milhões.
A relação de
estados que abrangem o bioma segue com Minas Gerais (6,9 milhões), Mato Grosso
(6 milhões), Goiás (5,7 milhões), Mato Grosso do Sul (3,2 milhões), Pará (1,9
milhões), Rondônia (220 mil), Distrito Federal (81 mil) e São Paulo (2 mil). No
Paraná, nada foi detectado no período.
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