O universo de truques e de artimanhas dos estelionatários
alcançou um novo patamar no Brasil. Golpistas usaram criminosamente a biometria
facial de um cidadão aposentado. A reportagem foi exibida no Jornal Nacional, e
aconteceu em Belo Horizonte, mas os cuidados devem de ser adotados por pessoas
de todo o Brasil.
O alvo foi um idoso de 65 anos, cadeirante e com dificuldades
para falar por causa de um derrame. Ele ainda tem problemas de visão e audição
pelo diabetes. Os bandidos ligaram para o telefone fixo da casa dele em
dezembro de 2024, e quem atendeu foi o sobrinho.
"Uma
moça dizendo que era de uma ONG que estava doando cesta básica gratuita, se eu
queria. Eu falei: ‘Quero’. Aí ela falou assim: ‘Então eu vou aí, então’”, conta o
sobrinho da vítima.
O casal de bandidos chegou de moto, levando a cesta básica.
Mas antes de entregá-la, a dupla tirou fotos da carteira de identidade e do
rosto da vítima, alegando que serviria para confirmar o cadastro na tal ONG.
"Aí a
mulher pegou até no meu rosto, aí eu falei: ‘Para que você está pegando no meu
rosto?’. Aí ela falou assim: ‘Para sair na foto direito’. Aí ela falou:
‘Levanta o pescoço, assim’. Aí levantou", conta a
vitima.
Os golpistas levaram mais de uma hora para entregar a cesta
básica. A família suspeita que foi tempo suficiente para os bandidos abrirem
uma conta de banco digital utilizando o documento da vítima e, por último,
confirmando a identidade dela por meio do reconhecimento facial.
O casal pegou um empréstimo consignado de R$ 22 mil em 84
parcelas de quase R$ 500. A primeira já foi descontada da aposentadoria da
vítima, que recebe um salário mínimo do INSS.
"Meu
dinheiro já é pouco, aí eu tenho que pagar água, luz. Foi uma covardia deles”, diz a
vítima.
Segundo o diretor adjunto de serviços da Febraban, esse tipo
de golpe é mais sofisticado, e aconselha que a vítima procure as autoridades
policiais.
"Desconfie
sempre quando alguém vem ofertando para você uma cesta básica, uma renda extra
de INSS ou um brinde ou um presente, solicitando que você dê algum dado seu
para configurar, para finalizar aquela entrega ou como a gente está tratando
aqui da selfie, de tirar uma selfie. Se aconteceu de ter a concessão, a pessoa
que foi prejudicada registra um boletim de ocorrência, procure o banco e
solicite o cancelamento daquela operação", afirma
Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
A Polícia Civil de Minas informou que abriu inquérito para
apurar o caso e vai ouvir a vítima nos próximos dias. O banco declarou que não
houve registro de nenhuma reclamação do cliente nos canais de atendimento e
que, se identificada qualquer irregularidade, vai cancelar a operação.
Luiz Felipe Siqueira, especialista em direito digital,
orienta que as pessoas não se exponham em aparelhos de terceiros.
"Desconfie,
seja mineiro. Não acredite que alguém vai simplesmente 'ah, vou tirar uma foto
sua', ou 'vem cá, que eu vou te fazer algo de graça', porque se algo é
gratuito, é porque, na realidade, você é o próprio produto ou você é a próxima
vítima de um golpe”, afirma Luiz Felipe Siqueira, mestre em direito
digital.
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