A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), por meio da Fundação Florestal, lançou um chamamento público para credenciamento e seleção de projetos de coleta remunerada de sementes de espécies nativas nas Unidades de Conservação estaduais. A iniciativa faz parte da estratégia do governo de São Paulo para promover a recuperação florestal no estado utilizando vegetação nativa, inclusive espécies ameaçadas de extinção.
“Com esse
chamamento estamos garantindo mais oferta de sementes, que é um dos desafios em
projetos de restauração florestal. Além de contribuir com nossa meta de colocar
em restauração 37,5 mil hectares até 2026, também tem impacto direto sobre
comunidades indígenas e quilombolas, que podem ser remuneradas no contexto
desses projetos pelo serviço de coleta de sementes”, ressalta a secretária de
Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
O chamamento
público se dá em duas fases: a primeira é de credenciamento, e o prazo para
envio dos documentos é de 30 dias da data da publicação (22/01). Na segunda, os
credenciados terão 60 dias para apresentar os projetos, indicando em quais
áreas pretendem realizar a coleta, as espécies, quantidades e destinação.
Aqueles que tiverem os projetos aprovados receberão a autorização para a coleta
de sementes e propágulos, estruturas em que as células de algumas plantas
adultas se soltam para dar origem a “filhotes”.
A
autorização terá validade de até 5 (cinco) anos e poderá ser renovada por igual
período. Ela implicará o pagamento de outorga à Fundação Florestal, que será
determinada pelo peso de sementes e pelo número de plântulas coletadas. O
material coletado deve ser transportado até o ponto de verificação indicado
pela Fundação, onde será feita a contagem e identificação. Os preços de
referência estão disponíveis no site da Fundação Florestal, no endereço:
https://fflorestal.sp.gov.br/coleta-de-sementes/calculadora/. Eles servirão
como parâmetro de cobrança pela coleta realizada.
A obrigação
de pagar pode ser transformada em obrigação de dar ou fazer, o que garante que
os habilitados possam devolver ao Estado com a execução de projetos de
restauração, montagem de viveiros, entre outros. As redes de coletores locais
contarão com desconto de 25%, como forma de estimular a economia local e a
geração de empregos.
Podem
participar do chamamento pessoas físicas e jurídicas que possuam experiência
comprovada em atividades de coleta de sementes, conservação ambiental,
restauração ecológica ou temas relacionados. Para isso, deverão se credenciar e
apresentar o demonstrativo de experiência e a declaração de compromisso com as
normas ambientais, entre outros documentos.
A Fundação
Florestal poderá oferecer apoio técnico e logístico, com o fornecimento de
informações sobre as áreas de coleta, dados técnicos sobre as espécies e os
valores de referência para a execução dos projetos. Ela também fiscalizará o
trabalho de coleta.
No estado, a
FF administra 119 Unidades de Conservação, sendo 66 de proteção integral
(estações ecológicas, parques estaduais, monumentos naturais e refúgios de vida
silvestre) e 53 unidades de uso sustentável (áreas de proteção ambiental, áreas
de relevante interesse ecológico, florestas estaduais, reservas extrativistas e
reservas de desenvolvimento sustentável).
O chamamento
faz parte de uma série de iniciativas o contexto do Refloresta SP, programa de
recuperação da vegetação no estado. Nos últimos dois anos, o estado de São
Paulo ganhou uma área em restauração de 17 mil hectares, o equivalente a 16,5
mil campos de futebol. Significa que uma área equivalente a 108 Parques
Ibirapuera entrou em processo de recuperação. A meta do governo de São Paulo é
de restaurar a vegetação nativa e estabelecer sistemas produtivos biodiversos
em 1,5 milhão de hectares até 2050 e, para atingir tal escala, o chamamento é
estratégico para garantir o suprimento de sementes de qualidade, valorizando a
rica biodiversidade paulista.
Catálogo de árvores
Para
orientar a coleta de sementes, a Fundação lançou um catálogo de árvores das
unidades de conservação, com mais de 200 espécies catalogadas. O documento traz
informações completas sobre cada espécie, tais como características e
localização geográfica em São Paulo, melhor técnica de coleta de sementes,
período mais adequado do ano para a realização da coleta, número médio de
sementes por quilo, beneficiamento e recomendação de plantio.
“O objetivo
é ter um guia para aqueles que pretendem realizar a coleta de sementes,
fornecendo os subsídios que eles precisam para montar os projetos com sucesso”,
explica Rodrigo Levkovicz, diretor executivo da Fundação Florestal. O catálogo
está disponível no site da Fundação.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...