Praga Asiática chega ao Brasil pelo Porto de Santos: especialistas alertam para o risco de disseminação do percevejo-de-pintas-amarelas
O percevejo-de-pintas-amarelas (Erthesina fullo), uma espécie originária da China, tem chamado a atenção de especialistas devido à recente aparição em cidades do litoral paulista, como Santos, São Vicente e Guarujá. O inseto, que é considerado uma praga na Ásia, já foi registrado 22 vezes na Baixada Santista, com maior incidência em Santos.
Embora ainda
não tenha causado danos significativos no Brasil, o percevejo é visto com
preocupação por pesquisadores. Caso a espécie continue a se expandir, ela pode
se tornar invasora, comprometendo o equilíbrio ambiental e trazendo prejuízos
econômicos, no país e América do Sul.
"Há
risco, caso não haja um monitoramento adequado", alertou Ricardo Brugnera,
pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O último registro no
sistema iNaturalist foi feito em outubro de 2024, no Parque São Vicente.
O
INaturalist é uma plataforma on-line e um aplicativo de ciência cidadã. As
pessoas podem registrar em fotos e publicar observações sobre plantas, animais,
insetos e outros organismos. A ação contribui para a criação de uma base de
dados sobre a biodiversidade global.
Riscos e
Preocupações:
Ambiental e
econômico: Caso a espécie se espalhe, pode se tornar invasora e causar danos
ambientais e econômicos em nível nacional e até na América do Sul.
Hábito
alimentar: O inseto é polífago, ou seja, se alimenta de diversos tipos de
plantas.
Percevejo-de-pintas-amarelas
O Erthesina
fullo é um inseto polífago, ou seja, se alimenta de diversos tipos de plantas.
No continente asiático, ele é responsável por danos em algumas culturas
agrícolas. Porém, no Brasil, ainda não há dados suficientes para afirmar se a
espécie representa uma ameaça para as plantas cultivadas.
Tamanho:
Atinge de 1,2 a 1,5 cm de comprimento.
Aparência:
Corpo verde ou amarelo com pintas amarelas.
Reprodução:
A fêmea deposita entre 50 a 200 ovos por vez.
Ciclo de
vida: O ciclo de vida completo dura de 4 a 6 semanas.
Vida adulta:
Vive entre 2 a 4 meses, dependendo das condições.
Como chegou ao
Brasil?
A hipótese mais provável é que ele tenha sido trazido por navios, possivelmente em contêineres, um meio de dispersão já observado em outras espécies invasoras.
O primeiro registro do percevejo na Baixada Santista
aconteceu em 2020, próximo ao Porto de Santos. O biólogo Yan Lima e Silva,
avistou o inseto em uma árvore e acreditou se tratar de uma espécie nativa. No
entanto, após ser alertado por cientistas, sobre o percevejo, começou a
investigação sobre a presença da espécie.
Riscos a humanos?
Apesar de não representar riscos à saúde humana até o
momento, especialistas recomendam o monitoramento contínuo e sugerem que
qualquer pessoa que aviste o inseto tire fotos e publique no iNaturalist, a fim
de aumentar a base de dados sobre a espécie.
O Ministério da Agricultura foi procurado, mas não se
manifestou até a última atualização desta reportagem.
*G1
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