Após anunciar novas medidas para o enfrentamento da dengue, o Governo do Estado de São Paulo intensifica as iniciativas de conscientização. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou, até o dia 27 de janeiro, 32.788 casos confirmados e sete óbitos da doença, evidenciando a importância de reforçar a prevenção e as ações contra o mosquito Aedes aegypti.
A eliminação
dos criadouros é uma tarefa coletiva que envolve a participação ativa dos
cidadãos no combate à dengue. Entre as principais orientações, destacam-se a
avaliação, limpeza e eliminação de água parada em locais como quintais, caixas
d’água, lixo, vasos de plantas, pneus, latas, garrafas vazias e potes, além
disso, as piscinas devem ser mantidas limpas (tratadas) e/ou cobertas.
Para
orientar a população sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti e desmistificar
as fake news que circulam nas redes sociais, o Governo de São Paulo lançou o
site www.dengue100duvidas.sp.gov.br. Por meio dele, as pessoas podem esclarecer
as principais dúvidas sobre as doenças transmitidas pelo vetor.
Estado de SP possui
Plano de Contingência contra a dengue, chikungunya e zika?
Sim, em 15
de janeiro, o Governo de São Paulo apresentou o Plano de Contingência das
Arboviroses Urbanas 2025/2026, com as principais estratégias, ações e
recomendações de combate à dengue, chikungunya e zika. O plano foi detalhado
pela área de Vigilância Epidemiológica, que apontou, ainda, a prevalência do
sorotipo DENV 3 circulando desde o fim do ano passado, identificado pelas 71
Unidades Sentinela que monitoram a circulação dos quatro sorotipos do vírus da
dengue, DENV 1, DENV 2, DENV 3, DENV 4, em todo o território paulista. As
unidades sentinelas desempenham um papel fundamental na vigilância
epidemiológica das arboviroses urbanas, possibilitando o monitoramento em tempo
real e a identificação dos sorotipos dos vírus da dengue, chikungunya e Zika em
circulação no Estado. Nessas unidades, amostras de indivíduos com suspeita de
dengue são coletadas em unidades de saúde e hospitais cadastrados, e
encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL), laboratório de referência, para a
realização de exames de RT-PCR para identificação do sorotipo.
Brasil já produz a
vacina contra a dengue?
O Brasil
importa as duas vacinas de dengue licenciadas pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda não existe produção nacional da vacina,
mas o Instituto Butantan já se prepara, em caso de receber a aprovação
sanitária da Anvisa, para produzir lotes comerciais para distribuir a vacina ao
Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante nacional vai fortalecer o Complexo
Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e a soberania do país no fornecimento de
vacinas contra a dengue. Durante testes, a vacina do Butantan evitou a doença
em 79,6% dos vacinados ao longo de um período de dois anos, protegendo tanto
quem já tinha tido dengue como aqueles sem infecção prévia.
Quem pode tomar a
vacina contra a dengue?
A vacinação
contra a dengue está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e
adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta maior risco de
agravamento, e regiões com maior incidência da doença.
Dengue mata?
Sim, a
dengue pode levar à morte, especialmente quando evolui para formas graves da
doença, conhecida antigamente como dengue hemorrágica ou síndrome de choque da
dengue. Embora o sangramento nem sempre esteja presente nas formas graves,
podem ocorrer disfunções graves em órgãos e choque, aumentando o risco de
morte.
Quem já pegou dengue
alguma vez pode contrair a doença novamente?
Sim, é
possível contrair a dengue mais de uma vez. Existem quatro sorotipos
conhecidos, DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A imunidade é permanente ao
sorotipo que causou a infecção, o que significa que a pessoa pode ser infectada
por outros sorotipos.
O que é dengue tipo
3?
O sorotipo
DENV-3 é uma das quatro variações do vírus da dengue presente no Brasil. Desde
2016, em baixa circulação, ele voltou a ser identificado no Estado. Por isso, a
população encontra-se mais vulnerável a ela, pois as pessoas infectadas só
ficam imunes ao sorotipo que adquiriu.
Quais as diferenças
entre a dengue, zika e chikungunya?
Embora a
dengue, a chikungunya e a zika sejam transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e
compartilhem sintomas semelhantes, existem diferenças sutis que ajudam no
diagnóstico.
A dengue é
marcada por febre, dores musculares, dor de cabeça e atrás dos olhos, náuseas
ou vômitos, manchas avermelhadas pelo corpo, dificuldade para respirar e
indisposição. Já a chikungunya causa febre alta e dores intensas no corpo,
especialmente nas articulações, que podem persistir por semanas ou até meses.
A zika, por
sua vez, apresenta sintomas como dor de cabeça, febre baixa ou ausente, dores
leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e olhos
avermelhados. Essa doença representa um risco significativo para gestantes,
podendo causar malformações no feto, como microcefalia e alterações
neurológicas, além de aumentar a chance de aborto, parto prematuro ou óbito
fetal.
Pet pode pegar
dengue?
Cachorros e
gatos não correm o risco de pegarem dengue. O mosquito Aedes aegypti pode
chegar a picar o animal, mas a doença não se desenvolve. Mesmo assim, os
tutores precisam ficar atentos, já que o mosquito pode transmitir doenças
parasitárias aos animais, como a dirofilariose, também chamada “doença do verme
do coração”, comum nas regiões litorâneas.
O verme do coração é uma doença parasitária cardiopulmonar grave, em que um parasita parecido com uma pequena lombriga, ao chegar na fase adulta, se aloja no coração do pet. Os sintomas podem aparecer tardiamente, somente após o desenvolvimento do parasita, e se não detectada a tempo pode matar o animal.
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