Neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, a proteção à saúde
mental foi oficialmente incorporada de maneira mais explícita ao conjunto de
direitos trabalhistas. A atualização da Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17)
estabelece que as empresas devem adotar medidas efetivas para prevenir riscos
psicossociais no ambiente de trabalho, como estresse, assédio moral e sobrecarga
emocional.
“O trabalhador tem o direito de exercer sua função em um
ambiente saudável, tanto física quanto psicologicamente. Isso agora está
respaldado de forma mais clara na legislação”, explica o advogado trabalhista
Gabriel Moura Manzzi.
Com a nova redação, a NR-17 determina que as organizações
devem mapear fatores de risco relacionados à saúde mental e implementar
políticas preventivas. Entre as ações previstas estão a criação de canais de
escuta, treinamentos para lideranças e estratégias de acolhimento para os
colaboradores.
Segundo Manzzi, a negligência em relação a sinais de
adoecimento emocional ou a existência de práticas abusivas pode levar o
trabalhador a buscar reparação judicial, inclusive com pedido de indenização
por danos morais. “Se a empresa ignora essas situações, o trabalhador pode
acionar a Justiça do Trabalho”, ressalta.
O advogado também destaca que transtornos mentais
relacionados ao ambiente de trabalho, como burnout, ansiedade e depressão,
devem ser tratados com a mesma seriedade de qualquer outro problema de saúde
ocupacional. Nesses casos, o afastamento pode ser caracterizado como acidente
de trabalho, assegurando estabilidade no retorno e o direito a benefícios.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o
Brasil figura entre os países com maior prevalência de transtornos de ansiedade
no mundo, o que reforça a importância de ações preventivas no ambiente laboral.
Para Manzzi, a atualização da NR-17 representa um avanço
significativo, mas sua efetividade dependerá da fiscalização e da
conscientização tanto de empresas quanto de trabalhadores. “É fundamental que o
trabalhador conheça seus direitos e que as empresas deixem de tratar a saúde
mental como tabu. A responsabilidade agora é legal, mas também ética e social”,
finaliza.
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