📉 “Para eles, não existe crise”: Alesp aprova reajuste para Tarcísio e secretariado em meio à estagnação salarial da base
Enquanto a população paulista lida com inflação persistente,
perda de poder de compra e estagnação de salários, a elite do governo estadual
segue blindada às dificuldades. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
(Alesp) aprovou, nesta terça-feira (13), um novo reajuste de 5% para os salários
do governador Tarcísio de Freitas, do vice-governador Felício Ramuth e de todos
os secretários estaduais.
Com o aumento, o salário de Tarcísio sobe de R$ 34.572,89
para R$ 36.301,53. O vice passa a receber R$ 34.486,63, e os secretários, R$
32.671,36. O projeto de lei foi aprovado com ampla maioria: 55 votos a favor e
18 contra. A justificativa? Reajuste compatível com a inflação — argumento que,
curiosamente, nem sempre é utilizado com a mesma disposição quando se trata da
remuneração dos servidores da base ou do salário mínimo estadual.
Reajuste
em série: privilégio de poucos
Este é o segundo aumento expressivo concedido ao alto
escalão em menos de três anos. Em dezembro de 2022, a própria Alesp já havia
aprovado um reajuste de 50% para os mesmos cargos, elevando o salário do
governador de R$ 23 mil para os atuais R$ 34,5 mil. Agora, o novo reajuste
consolida um padrão: o de garantir conforto e segurança salarial à cúpula
governamental, mesmo em um cenário de ajuste fiscal e contenção de despesas nas
demais áreas.
Salário
mínimo paulista
No mesmo pacote de medidas aprovadas, o governo elevou o
salário mínimo paulista de R$ 1.640 para R$ 1.804 — um aumento de 10%. Embora o
índice supere a inflação oficial, ainda está distante das necessidades básicas
de sobrevivência em um estado onde o custo de vida está entre os mais altos do
país. A diferença entre os valores praticados nos pisos e os salários da cúpula
sinaliza um abismo que segue sendo aprofundado por decisões políticas que
favorecem poucos.
Efeito
cascata: teto do funcionalismo também sobe
Com o novo salário do governador, sobe também o teto do
funcionalismo público estadual — o que, na prática, pode resultar em aumentos
indiretos para outros altos cargos, como procuradores, auditores e membros do
judiciário estadual. Esse “efeito cascata” é conhecido por ampliar gastos com
pessoal, muitas vezes sem impacto direto na melhoria dos serviços prestados à
população.
Um
retrato da política de prioridades
A decisão da Alesp reforça a percepção de que a política
pública segue, em muitos aspectos, distante da realidade da maioria da
população. Enquanto trabalhadores lutam para manter a renda frente ao
encarecimento da vida, os detentores dos cargos mais altos do estado seguem
ampliando seus vencimentos, blindados da instabilidade econômica.
A frase que resume o cenário atual é dura, mas realista: para eles, não existe crise.
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