Licitação para carros de luxo nos Correios causa indignação e expõe contraste com precariedade vivida por funcionários
Uma
licitação para compra de carros de luxo por parte dos Correios gerou indignação
levando a estatal a recuar diante da forte repercussão negativa. A proposta,
que previa a aquisição de veículos de alto padrão para uso da diretoria, foi
cancelada no mesmo dia em que veio a público.
O edital
previa automóveis com itens como bancos de couro, câmbio automático, sistema
multimídia e motores de alta potência. A justificativa da empresa era de que os
carros seriam destinados a diretores em Brasília e outros estados, para
"uso institucional".
A reação foi
imediata — sindicatos, servidores e usuários denunciaram a contradição entre o
suposto “aprimoramento institucional” e o estado de abandono enfrentado
diariamente nas agências e centros operacionais. Funcionários relataram, mais
uma vez, a falta de materiais básicos como papel, impressoras e até fita
adesiva (durex) para embalar correspondências. Muitos trabalhadores também
operam sem equipamentos de proteção adequados, enfrentando sobrecarga e
estruturas deterioradas.
Essa não é a
primeira vez que a gestão da empresa pública entra em rota de colisão com seus
próprios quadros. Desde a série de prejuízos registrados entre 2013 e 2016, os
Correios têm enfrentado cortes de gastos, fechamento de agências, congelamento
de salários e programas de demissão voluntária. Em 2020, a categoria
protagonizou a maior greve da história da estatal, denunciando exatamente as
más condições de trabalho e o desmonte progressivo da estrutura de atendimento.
Diante da repercussão, a própria presidência dos Correios informou que “determinou o cancelamento da licitação”, reconhecendo que o processo não condizia com o momento atual da empresa. A estatal também anunciou que uma apuração interna será realizada.
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