Ação da Polícia Civil em Conchal mira fraudes em gestões passadas; servidor é afastado e empresário preso por porte ilegal de arma
Na manhã
desta quinta-feira (10), uma operação deflagrada pela Polícia
Civil atingiu diretamente o prédio administrativo da Prefeitura de Conchal e
imóveis ligados a um servidor público municipal e a um empresário do ramo da
construção civil. A ação faz parte de um inquérito que investiga possíveis
crimes de fraude em licitação, lavagem de dinheiro e desvio de bens públicos
ocorridos em gestões anteriores.
As
diligências foram coordenadas pelo delegado titular de Conchal, Dr. Luiz
Henrique Lima Pereira, com o apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG)
de Limeira e do Grupo de Operações Especiais (GOE). Segundo o delegado, o
objetivo foi reforçar as provas já constantes no inquérito policial que apura,
entre outras irregularidades, a suposta doação ilegal ou concessão de
facilidades indevidas envolvendo bens públicos a uma pessoa que, mais tarde,
mudou seu depoimento em juízo em benefício de ex-agentes públicos processados
por improbidade.
A
investigação teve origem em uma ação civil pública iniciada em 2016, baseada em
fatos ainda anteriores. Em 2024, durante uma audiência de instrução desta ação,
o empresário investigado — que é testemunha chave no processo — mudou
radicalmente a sua versão inicial dos fatos. No início da ação, ele havia
apontado uma série de irregularidades, mas voltou atrás no depoimento mais
recente. Segundo informado pelo Delegado em entrevista ao F5, essa mudança levantou suspeitas sobre possível favorecimento indevido,
levando o Ministério Público a requisitar a instauração de inquérito policial
para apurar as circunstâncias da mudança e eventuais benefícios recebidos em
troca.
Durante o cumprimento dos mandados nesta quinta-feira, foram apreendidos diversos itens que poderão subsidiar a investigação. Na repartição onde atua o servidor público, dentro da prefeitura, foram apeendidos documentos. Já em sua residência, foi encontrado cerca de R$ 4 mil em espécie sem que a procedência dos valores tenha sido informado. Os policiais recolheram documentos, extratos bancários, carnês de IPTU, celular e outros itens. Na delegacia, o servidor prestou depoimento, mas não foi preso. Ele foi formalmente afastado de suas funções pela Prefeitura de Conchal até a conclusão das investigações.
Na casa do
empresário investigado, foram encontradas armas de fogo — inclusive de uso
restrito — além de documentos e outros itens considerados relevantes para o
inquérito. Uma das armas estava escondida na terra, e outra foi localizada com
o investigado no momento em que ele chegou ao imóvel durante a diligência
policial. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, e a prisão,
segundo o delegado, não está diretamente relacionada ao inquérito de desvios,
mas foi resultado do flagrante ocorrido no local.
A Prefeitura de Conchal emitiu uma nota oficial (Leia abaixo) esclarecendo que os fatos apurados dizem respeito a administrações anteriores e que a gestão atual não é alvo da investigação. Segundo informaçoes obtidas pelo F5, o afastamento imediato do servidor investigado foi executado como medida de cautela.
Por se
tratar de um processo que ainda está em fase de investigação, com tramitação em
segredo de justiça, os nomes dos envolvidos não foram divulgados. É importante
destacar, para evitar especulações que já circulam nas redes sociais, que o
servidor público investigado nesta operação não é a mesma pessoa
noticiada recentemente pelo F5 como integrante do setor de execução fiscal do
município.
🎥 O vídeo com a entrevista exclusiva
do delegado Dr. Luiz Henrique Lima Pereira será exibido ainda hoje nas
plataformas do F5.
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