O Anuário
Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que a violência letal no Brasil
segue fortemente concentrada nas regiões Norte e Nordeste, tanto no ranking por
estados quanto por municípios. A pesquisa apresenta dados referentes ao ano de
2024 e mostra um retrato preocupante da criminalidade em áreas já
historicamente marcadas pela fragilidade institucional.
Entre os
estados mais violentos do país, o Amapá aparece no topo da lista, com 45,1
mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Em seguida estão Bahia
(40,6) e Ceará (37,5). Em contrapartida, o estado de São Paulo teve a menor
taxa do Brasil, com 8,2 homicídios por 100 mil habitantes, demonstrando um
contraste marcante entre as regiões.
Já entre os
municípios mais violentos, o destaque negativo vai para o Nordeste: todas as 10
cidades com maiores taxas de violência letal estão na região. O município de
Maranguape (CE) lidera o ranking com 79,9 mortes por 100 mil habitantes,
seguido por Jequié (BA) com 77,6, e Juazeiro (BA) com 76,2. Completam a lista
Camaçari (BA), Cabo de Santo Agostinho (PE), São Lourenço da Mata (PE), Simões
Filho (BA), Caucaia (CE), Maracanaú (CE) e Feira de Santana (BA). Todas superam
a média nacional, que foi de 20,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2023.
As regiões
Nordeste e Norte também apresentaram as maiores taxas médias regionais, com
36,5 e 34,0 mortes por 100 mil, respectivamente. Já o Sudeste registrou 14,0, o
Sul, 16,4, e o Centro-Oeste, 22,6.
Especialistas
apontam que o crescimento da violência nessas regiões está ligado à disputa
entre facções criminosas, como o Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital
(PCC) e grupos locais como os Guardiões do Estado, além da baixa taxa de
elucidação de crimes, falta de investimento em segurança pública e falhas nos
sistemas de justiça e policiamento preventivo.
O Anuário traz um alerta claro: sem uma política nacional efetiva e estratégias regionais coordenadas, a violência continuará a atingir de forma desproporcional milhões de brasileiros, especialmente nas periferias urbanas do Norte e Nordeste.


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