Governo publica Lei da Reciprocidade para retaliar países que adotarem medidas unilaterais contra o Brasil
O governo
federal publicou nesta terça-feira (15), o decreto que regulamenta a chamada
Lei da Reciprocidade Econômica, criada para permitir que o Brasil possa reagir
oficialmente contra medidas unilaterais adotadas por outros países que
prejudiquem empresas ou setores nacionais. A medida, sancionada pelo Congresso
em abril, surge em meio às recentes tensões comerciais, especialmente após o
anúncio dos Estados Unidos de que pretendem aplicar tarifas de até 50% sobre
produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
O decreto
estabelece a criação do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas,
composto pelos ministérios da Indústria, Casa Civil, Fazenda e Relações
Exteriores. Esse comitê terá a responsabilidade de deliberar sobre as
contramedidas a serem aplicadas, definir ações provisórias e conduzir
negociações diplomáticas para tentar solucionar os conflitos antes da adoção de
retaliações formais. As respostas brasileiras poderão ocorrer em duas
modalidades: contramedidas provisórias, que podem ser aplicadas de forma
imediata em situações de urgência ou risco iminente para a economia, e
contramedidas ordinárias, que seguem um processo mais longo, com consulta
pública, parecer técnico da Câmara de Comércio Exterior (Camex) em até 30 dias
e decisão final do Conselho Estratégico da Camex em até 60 dias.
Entre as
ferramentas previstas para retaliação estão a suspensão de concessões
comerciais, restrições à importação de produtos, congelamento de investimentos
e até a suspensão de proteção de propriedade intelectual de empresas oriundas
de países que adotarem medidas hostis contra o Brasil. O decreto determina que
todas as ações devem respeitar o critério de proporcionalidade e devem ser
monitoradas continuamente quanto aos seus impactos econômicos.
O presidente Lula enfatizou que o Brasil dará prioridade à negociação e ao diálogo diplomático, mas que não hesitará em utilizar os mecanismos previstos na nova lei para proteger a soberania e os interesses econômicos do país. A regulamentação também prevê a participação ativa do setor privado nas discussões e a possibilidade de revisão e ajuste das contramedidas, conforme a evolução do cenário internacional e dos efeitos internos.
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