Uma proposta na Câmara quer autorizar a produção de armas
nucleares no Brasil. A mudança dependeria de uma alteração na Constituição e é
defendida pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP).
O parlamentar considera que a produção de armamento atômico
seria uma forma de proteção do país por meios “dissuasórios” — a ideia seria
desencorajar ataques e permitir o uso de estratégias caso haja alguma ameaça
contra o Brasil.
Como justificativa, Kim destaca o atual cenário geopolítico,
marcado por situações de rivalidade entre países como Estados Unidos e China.
Também cita a disputa nuclear no Oriente Médio, referindo-se à Coreia do Norte
e ao Irã.
O parlamentar sustenta que o Brasil teria reservas para a
produção de armas nucleares, além da necessidade de diminuir situações de
vulnerabilidade no âmbito da margem equatorial e das áreas do pré-sal.
“O país
reúne as condições materiais e intelectuais necessárias para consolidar uma
autonomia estratégica plena. Contudo, permanece sem instrumentos efetivos de
dissuasão, o que o coloca em situação de vulnerabilidade frente a potenciais
ameaças externas ou ingerências internacionais sobre seus recursos
estratégicos, especialmente na Amazônia, no Atlântico Sul e nas zonas de
exploração do pré-sal e da margem equatorial do Amazonas”, diz o
deputado na proposta.
Qual
a mudança defendida?
A Constituição prevê que atividades nucleares só podem ser
iniciadas para “fins pacíficos” no Brasil e dependem de aprovação do Congresso
Nacional.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) defende alterar esse
trecho por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). A mudança
retiraria a restrição de fins pacíficos — o que, na prática, permitiria a
pesquisa e a produção de armas nucleares.
Forças
Armadas e fim dissuasório
O texto também prevê que armas nucleares só poderão ser
desenvolvidas pelas Forças Armadas e dependerão de autorização expressa do presidente
da República. Também diz que o objetivo seria “unicamente dissuasório”.
A
proposta ainda prevê:
*proibição do uso de armas nucleares fora do contexto de
guerra;
*proibição caso não haja grave ameaça de conquista do
território nacional;
*proibição se não houver ameaça de uso de armas de destruição
em massa contra a pátria.
Próximas
etapas
A proposta ainda não foi formalmente apresentada. Por se
tratar de uma PEC, são necessárias assinaturas de 171 deputados.
Caso alcance a marca, o texto entra no sistema da Câmara e
passa por uma avaliação inicial da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça),
que analisa a constitucionalidade das proposições.
Na sequência, o texto é encaminhado para uma discussão mais
detalhada em comissão especial e, depois, precisa ser aprovado em duas votações
no plenário, com o aval de, no mínimo, 3/5 dos deputados (o equivalente a 308
votos).
Na sequência, o texto ainda segue para o Senado, onde também
precisa passar por duas votações, com apoio mínimo de 49 senadores.
*R7

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