O relator da CPMI do INSS no Congresso Nacional, o deputado
Alfredo Gaspar (União-AL), pediu nesta terça-feira (14) a prisão preventiva do
presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos
(Sindnapi), Milton Baptista de Souza, o Milton Cavalo.
Segundo o relator, há indícios de que Cavalo continuaria
cometendo delitos. Há também a possibilidade de destruição de provas e de fuga
para fora do Brasil, o que justificaria a prisão preventiva, argumenta Alfredo
Gaspar.
O requerimento deve ser votado já na próxima reunião da CPMI,
nesta quinta-feira (16). Se aprovado, o pedido seguirá para o Supremo Tribunal
Federal (STF), a quem cabe efetivar a prisão.
O Sindnapi tem como vice-presidente o sindicalista José
Ferreira da Silva, o Frei Chico. Ele é irmão mais velho do presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No requerimento, Gaspar cita vários fatos revelados pela
coluna, como a destinação de pelo menos R$ 8,2 milhões do Sindnapi para
empresas ligadas a familiares de dirigentes da entidade.
Segundo Gaspar, algumas dessas empresas, como a Gestora
Eficiente, foram encerradas recentemente, o que sugere possível destruição de
provas.
“Há ainda a necessidade de garantir a instrução processual
ante o encerramento abrupto da Gestora Eficiente e de filial da SICOOB
CREDMETAL (da qual MILTON é diretor-presidente) baixadas juntas em 13 de agosto
de 2025, evidenciando possível destruição de provas”, diz um trecho do
requerimento.
Como mostrou a coluna, a Gestora Eficiente era a empresa
responsável por processar as fichas dos aposentados e encaminhar a documentação
ao INSS. Sempre que um novo aposentado passava a sofrer os descontos do
Sindnapi, a empresa recebia uma comissão. Os donos da Gestora Eficiente eram a
mulher de Milton Cavalo e o marido de Tônia Galleti, coordenadora jurídica do
sindicato.
“Adicionalmente há o risco concreto de fuga para o exterior
facilitado pela offshore constituída em jurisdição que protege sigilo dos
beneficiários finais, o que comprometeria sobremaneira a aplicação da lei
penal”, escreveu Alfredo Gaspar.
“Por fim, há a gravidade em concreto da conduta que lesou
centenas de milhares de aposentados vulneráveis mediante organização criminosa
sofisticada envolvendo falsificação documental massiva, uso indevido de dados
biométricos, triangulação com instituições financeiras e apropriação de meio
bilhão de reais, demonstrando a continuidade delitiva e incompatibilidade
absoluta com o estado de liberdade”, escreveu o relator da CPMI no
requerimento.
Milton Cavalo depôs à CPMI do INSS na última quinta-feira
(9), mas permaneceu em silêncio durante a maior parte do tempo. Durante a
sessão, Alfredo Gaspar mencionou que pediria a prisão dele.
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