Um incêndio em um reator da Subestação de Bateias, localizada
em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), provocou na madrugada
desta terça-feira (14) um apagão de grandes proporções que atingiu diversos
estados brasileiros.
O incidente ocorreu por volta das 0h32, segundo o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e levou ao desligamento total da
subestação, que opera com tensão de 500 kV. A falha desencadeou uma perturbação
no Sistema Interligado Nacional (SIN) — estrutura que conecta a geração e a
distribuição de energia em todo o país.
Impacto
nacional
De acordo com o ONS, aproximadamente 10 mil megawatts de
carga foram desligados de forma automática como medida de segurança, para
evitar um colapso na rede. O apagão afetou ao menos 16 estados e o Distrito
Federal, com relatos de interrupção no fornecimento de energia em todas as
regiões do país.
As regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte
registraram quedas simultâneas de energia. Entre os estados afetados estão:
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará e
Amazonas.
O fornecimento começou a ser restabelecido gradualmente a
partir das 2h, e, segundo o ONS, a recomposição total ocorreu em até duas horas
e meia após o início da falha.
O incêndio atingiu um reator de compensação pertencente à
rede de Furnas Centrais Elétricas, empresa responsável pela operação da linha
de transmissão que passa pela subestação.
A Copel, concessionária de energia do Paraná, informou que o
fogo não danificou equipamentos de sua propriedade, nem de outras empresas
instaladas no local. As causas exatas do incêndio ainda estão sob investigação.
O Ministério de Minas e Energia classificou o caso como um
“problema elétrico pontual”, destacando que não houve falta de geração de
energia no país — ou seja, a falha ocorreu na transmissão, e não na produção.
O Brasil opera por meio de um sistema elétrico interligado
nacionalmente, o que permite o compartilhamento de energia entre as regiões.
Por outro lado, essa estrutura também torna a rede mais sensível a falhas em
pontos estratégicos.
Quando o reator da subestação de Bateias foi desligado, o
sistema acionou automaticamente o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC),
mecanismo de segurança que corta parte do fornecimento de energia de forma
controlada para preservar a estabilidade da rede.
Sem essa medida, um desequilíbrio repentino entre geração e
consumo poderia provocar efeitos em cascata, resultando em uma pane ainda mais
ampla.
O ONS informou que instaurou uma apuração detalhada e deve divulgar até
sexta-feira (17) o Relatório de Análise da Perturbação (RAP), documento técnico
que explicará as causas e consequências do apagão.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também enviará
equipes ao local e instaurará um processo de fiscalização para apurar eventuais
responsabilidades e verificar a adequação das medidas preventivas adotadas
pelas operadoras.
Até o início da manhã desta terça-feira, o fornecimento de
energia já havia sido totalmente normalizado. O ONS e o Ministério de Minas e
Energia afirmaram que o sistema opera com estabilidade, sem risco de novos
desligamentos.
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