Pular para o conteúdo principal

Dívida Pública Federal cresce 1,62% e atinge R$ 8,253 trilhões



A Dívida Pública Federal (DPF) registrou aumento de 1,62% em outubro, passando de R$ 8,122 trilhões para R$ 8,253 trilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O avanço é resultado da apropriação de juros, do aumento das emissões e da variação cambial sobre parte da dívida externa. Esse movimento influencia diretamente o custo de financiamento do governo e a margem disponível para políticas públicas.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) alcançou R$ 7,948 trilhões, alta de 1,64% em relação ao mês anterior. O resultado decorre de apropriação positiva de juros, no montante de R$ 85,23 bilhões, e de emissão líquida de R$ 41,38 bilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) avançou 1,17%, chegando a R$ 305,06 bilhões (US$ 56,66 bilhões), sendo R$ 254,93 bilhões relativos à dívida mobiliária e R$ 50,13 bilhões à dívida contratual.

O colchão de liquidez — reserva utilizada pelo Tesouro para assegurar o pagamento de compromissos — subiu 1,5% e atingiu R$ 1,047 trilhão. Esse volume cobre, hoje, 8,81 meses de vencimentos da DPMFi, incluindo principal e juros, fornecendo margem de segurança diante de oscilações de mercado.

A trajetória da dívida é um indicador central para avaliar a saúde fiscal do país. O aumento do estoque eleva o custo com juros e pressiona o orçamento, influenciando decisões sobre gastos, investimentos e tributação. A composição dos títulos emitidos também é determinante para a percepção de risco e para as avaliações de crédito atribuídas por agências internacionais.



Em outubro, houve avanço dos papéis pós-fixados, que passaram de 47,47% para 48,19% da DPF. Os títulos prefixados recuaram de 22,02% para 21,44%, enquanto os indexados à inflação caíram levemente de 26,81% para 26,68%. A participação da DPMFi no total da dívida manteve-se praticamente estável, em 96,3%.

Entre os detentores da dívida, a distribuição permaneceu concentrada em quatro grupos principais: instituições financeiras (32,21%, equivalentes a R$ 2,56 trilhões), previdência (22,97%), fundos de investimento (21,21%) e investidores não residentes (10,46%). No caso dos estrangeiros, 73,3% da carteira é composta por títulos prefixados.

Houve melhora no perfil de vencimentos: a parcela da dívida a expirar em até 12 meses caiu de 18,63% para 17,75%. Na DPMFi, o recuo foi de 18,96% para 18,04%, com predominância de papéis prefixados (41% do total a vencer no curto prazo) e pós-fixados (34,08%). Na dívida externa, o percentual de vencimentos em 12 meses passou para 10,2%.

O prazo médio da DPF registrou leve redução, passando de 4,16 para 4,14 anos. A vida média (ATM) ficou praticamente estável, em 5,95 anos. O custo médio acumulado em 12 meses recuou de 12,00% para 11,90% ao ano. Na dívida interna, porém, houve alta de 12,32% para 12,45%. Já o custo da dívida externa apresentou variação negativa de –0,78%, influenciado pela valorização do real em outubro.

As emissões somaram R$ 162,75 bilhões. Os títulos prefixados representaram R$ 79,12 bilhões, enquanto os pós-fixados somaram R$ 74,41 bilhões e os indexados à inflação, R$ 9,02 bilhões. No Tesouro Direto, as vendas alcançaram R$ 7,17 bilhões — quase metade (48,1%) em Tesouro Selic. O estoque do programa cresceu 2,88% e atingiu R$ 200,97 bilhões.

O comportamento da dívida pública segue sendo um dos principais indicadores monitorados por analistas, investidores e agências de classificação, pois influencia diretamente o ambiente macroeconômico e a capacidade de o país financiar suas políticas de forma sustentável.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vento forte causa danos estruturais em escola e queda de cabos no Jardim Bela Vista, em Conchal

Após décadas dependente de Mogi Mirim, Conchal terá seu próprio Cartório de Registro de Imóveis ainda em 2025

Pai e madrasta são presos por matarem e enterrarem menina de 4 anos no quintal

Horários do ônibus circular e telefones úteis Conchal

Donos de ciclomotores têm até o final do ano para se adaptarem às novas regras de trânsito