Garoto com autismo constrói réplica do Titanic com 56 mil
peças de Lego
Museu no estado americano do Tennessee diz que obra é a
maior reprodução do navio com peças de brinquedo.
Um garoto que tem o transtorno do espectro autista (TEA)
construiu uma réplica do navio Titanic que foi considerada o maior exemplar do
tipo feito com peças de Lego. De acordo com o Titanic Pigeon Forge, museu nos
EUA dedicado ao navio, o trabalho de Brynjar Karl Birgisson mede quase 8 metros
de comprimento por 1,5 metro de altura, e é o maior do tipo conhecido no mundo.
O resultado do trabalho estará em exibição no museu,
localizado no Tennessee, a partir do dia 21. Mas toda a construção foi feita em
um "estaleiro" bem distante dos EUA, já que Birgisson vive na cidade
de Reykjavík, capital da Islândia. Quando começou o projeto, ele tinha 10 anos
e demorou 11 meses para concluir o trabalho. Atualmente o adolescente tem 15
anos e conta que a decisão de construir a réplica mudou sua vida e a sua
relação com o transtorno.
Brynjar Birgisson diz se lembrar de ter começado a brincar
com as peças de Lego aos cinco anos. Quando era um garoto já em idade escolar
conheceu o Titanic e decidiu construir o navio, inspirado por uma visita a um
parque dedicado ao Lego na Dinamarca.
"Meu pai me ajudou com as instruções e fez
a planta do navio para a escala do Lego", explica o adolescente,
acrescentando que cada peça de boneco Lego tem 4 cm e foi equiparada no projeto
com uma pessoa de tamanho médio de 1,75 metro.
"Já minha mãe foi minha técnica e mentora.
Ela ajudou a encontrar caminhos para o sonho se tornar realidade", conta,
explicando que ela foi a responsável por comprar peças, ferramentas, organizar
contato com a imprensa e visitas ao projeto. "Muitos obstáculos que uma
criança não poderia superar", comenta.
Atualmente, Brynjar faz sua terceira visita aos EUA. Em uma
das anteriores ele falou em um TEDx Kids em San Diego.
"Nunca imaginei que meu projeto pudesse
ter tanto impacto. (...) Toda essa jornada me ajudou a sair da sombra do
autismo. Eu continuo com autismo e vou continuar, mas eu me treinei para ser 'o
mais normal possível', isso quer dizer que eu era totalmente incapaz de me
comunicar quando comecei o projeto e agora eu me sento e consigo dar
entrevistas."
O garoto explica que, aos 10 anos quando começou a construir
o Titanic, uma pessoa o ajudava durante todas as atividades da escola.
"Mas hoje eu estudo sem qualquer apoio. Minhas notas subiram e meus
colegas de turma me consideram como um dos seus pares", conta.
Fonte: G1
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