Ação foi aberta pelo
Ministério Público do Trabalho (MPT). Empresa de Araraquara (SP) vai recorrer
da decisão e negou irregularidades.
A Sucocítrico
Cutrale, maior indústria de suco de laranja do mundo, foi condenada pela
Justiça do Trabalho de Araraquara (SP) ao pagamento de R$ 2 milhões de
indenização por danos morais coletivos por realizar revistas ilegais nos
funcionários.
O valor será
destinado a uma instituição com relevância social, a ser apontada pelo
Ministério Público do Trabalho (MPT). A empresa pode recorrer ao Tribunal
Regional do Trabalho.
Em nota, a
Cutrale informou ao G1 que recorreu da decisão e negou as irregularidades.
(Veja abaixo o posicionamento na íntegra).
A Cutrale
deve parar imediatamente de realizar revistas nos empregados que trabalham nas
indústrias e propriedades rurais do Estado de São Paulo, incluindo a
verificação do conteúdo de bolsas e sacolas, ainda que de forma reservada e
visual. Caso descumpra a decisão a empresa deverá pagar uma multa de R$ 20 mil
por trabalhador que for revistado.
Revistas em bolsas e
itens pessoais
O inquérito
foi instaurado pelo MPT de Araraquara em 2014, em razão do recebimento de ofício
pela Vara do Trabalho de Taquaritinga, noticiando que a Cutrale vinha
realizando revista em bolsas e itens pessoais dos empregados com o objetivo de
evitar furtos de suco de laranja.
O MPT
fundamentou seus pedidos com base na jurisprudência que ampara o entendimento
de que a revista pessoal consiste em prática invasiva e inconstitucional, pois
estaria agredindo a liberdade e a dignidade da pessoa humana ao se chocar com
princípios da inviolabilidade de intimidade, vida privada, honra e imagem do
trabalhador.
Segundo o
MPT, “em pesquisa eletrônica foram localizadas outras condenações da empresa
por ter realizado a revista pessoal em propriedades rurais, de maneira mais
incisiva. A revista acontecia diariamente nas mochilas dos trabalhadores, com o
intuito de evitar que eles levassem laranjas para a casa”.
Ainda de
acordo com o MPT, a Cutrale foi consultada sobre a possibilidade de firmar
termo de ajuste de conduta (TAC) para evitar um processo judicial, mas recusou
o acordo.
Veja a íntegra da
nota da Cutrale:
"A Cutrale
esclarece que recorreu da decisão e que não realiza quaisquer práticas ilegais,
intimidatórias ou constrangedoras no tratamento com seus mais de 19 mil
funcionários, tais como revistas íntimas. Esclarece também que além dos
treinamentos de rotina e da disseminação do código de conduta da empresa, em
alguns casos infelizmente faz-se necessária a conferência visual dos pertences
dos funcionários ao final do expediente para proteger o patrimônio da empresa.
Tal procedimento é sempre realizado de maneira respeitosa e sem submeter os
funcionários a qualquer situação humilhante."
Fonte: G1
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