Drª. Beatriz Beltrame Pediatra
Conteúdo: Tua saúde
A Síndrome de Leigh é uma
doença genética rara que provoca a destruição progressiva do sistema nervoso
central, afetando, por isso, o cérebro, a medula ou o nervo ótico, por exemplo.
Geralmente, os primeiros
sintomas surgem entre os 3 meses e os 2 anos de idade e incluem perda de
capacidades motoras, vômitos e acentuada perda de apetite. Porém, em casos mais
raros, esta síndrome também pode aparecer apenas em adultos, por volta dos 30 anos,
evoluindo mais lentamente.
A síndrome de Leigh não tem
cura, mas os seus sintomas podem ser controlados com remédios ou fisioterapia
para melhorar a qualidade de vida da criança.
Quais os principais sintomas
Os primeiros sintomas desta
doença geralmente surgem antes dos 2 anos idade com perda de capacidades que já
tinham sido adquiridas. Por isso, dependendo da idade da criança, os primeiros
sinais da síndrome podem incluir perdas de capacidades como segurar a cabeça,
mamar, andar, falar, correr ou comer.
Além disso, outros sintomas
muito comuns incluem:
·
Perda de apetite;
·
Vômitos frequentes;
·
Irritabilidade
excessiva;
·
Convulsões;
·
Atraso no
desenvolvimento;
·
Dificuldade para
aumentar de peso;
·
Diminuição da força
nos braços ou pernas;
·
Tremores e espasmos
musculares;
Com o avançar da doença, é
ainda comum o aumento e ácido lático no sangue, que quando está em grande
quantidade, pode afetar o funcionamento de órgãos como o coração, os pulmões ou
os rins, causando dificuldade para respirar ou aumento do coração, por exemplo.
Já quando os sintomas surgem
na idade adulta, os primeiros sintomas estão quase sempre relacionados com a
visão, incluindo o surgimento de uma camada esbranquiçada que embaça a visão,
perda progressiva da visão ou Daltonismo (perda da capacidade em distinguir
entre o verde e o vermelho). Nos adultos, a doença evolui mais lentamente e,
dessa forma, os espasmos musculares, a dificuldade para coordenar movimentos e
a perda de força só começam a surgir depois dos 50 anos.
Como é feito o tratamento
Não existe uma forma de
tratamento específica para a Síndrome de Leigh, sendo que o pediatra deve
adaptar o tratamento a cada criança e os seus sintomas. Assim, pode ser
necessária uma equipe de vários profissionais para tratar cada sintoma,
incluindo um cardiologista, um neurologista, um fisioterapeuta e outros
especialistas.
Porém, um tratamento muito
utilizado e comum a quase todas as crianças é a suplementação com vitamina B1,
pois essa vitamina ajuda a proteger as membranas dos neurônios do sistema
nervoso central, atrasando a evolução da doença e melhorando alguns sintomas.
Assim, o prognóstico da
doença é muito variável, dependendo dos problemas causados pela doença em cada
criança, no entanto, a expectativa de vida continua a ser baixa porque as
complicações mais graves que colocam a vida em risco normalmente surgem perto
da adolescência.
O que causa a síndrome
A Síndrome de Leigh é
causada por uma alteração genética que pode ser herdada do pai e da mãe, mesmo
que os pais não tenham a doença, mas existam casos na família. Por isso, é
recomendado que pessoas com casos desta doença na família façam aconselhamento
genético antes de engravidar para saber qual as chances de ter um filho com
este problema.
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