Por: Pedro Henrique de Melo Andrade (Pedrin)
Com o crescente avanço da tecnologia nos meios de comunicação,
assuntos como política e economia se tornaram mais frequentes e caíram no gosto
popular, o que até então era taxado de ‘‘chato e aborrecedor’’, tornou-se
generalizado nos círculos sociais. Entretanto, a velocidade das notícias, fez
com que muitas dessas informações sem procedência se propagassem e muitos
termos foram deturpados. O assunto de hoje trata do polêmico ‘‘Esquerda e Direita’’, um conflito
que você deve ter visto muitas pessoas
perderem amizade nas redes sociais e pessoalmente, caso não tenha sido você
mesmo.
Dois grandes marcos históricos caracterizam essa divergência
ideológica, a Revolução Francesa(1789) e a Guerra Fria, seguida pela Queda do
Muro de Berim(1989). O primeiro, deu origem aos nomes ‘‘Esquerda e Direita’’,
pois se referiam ao lugares que cada ‘’setor da sociedade’’ sentava, os
girondinos defendiam a conservação do modelo monárquico e ficavam à direita, já
os jacobinos que representavam progressistas, os quais queriam alteração do
modelo de governo, sentava à esquerda da assembleia. Portanto, para o período,
Esquerda era progressista contra monarquia, direita era conservador monárquico
e a grande luta era por liberdade e igualdade.
Com a Guerra Fria ganhou outro significado, que também na
prática era diferente, porém é o mais próximo do que conhecemos hoje. Direita
passou a representar os capitalistas(EUA e aliados) e Esquerda os
comunistas(Rússia e aliados). Na verdade, nunca houve conflito direto, mas uma
disputa sobre qual era mais poderoso e com o fim dessa ‘’guerra’’ e a queda do
Muro de Berlim achou-se que esse conflito ideológico teria fim, o que se
mostrou contrário.
Na prática
Podemos dizer, em linhas gerais que, direita representa àqueles que prezam pela liberdade, ou seja, focados no individuo, valorizando o mérito e o
esforço. Já a esquerda parte do
princípio da igualdade e do
coletivo, ou seja, noções mais digna e menos desigualdade(nota-se que os dois
são frutos da luta da mesma classe na Revolução Francesa).
Na prática, esses rótulos nos confundem e geram inverdades,
uma vez que, o ser humano não é exato e podemos compartilhar de ideias de
diferentes lados em momentos específicos. Devemos ressaltar que existem outros
campos de análise.Até o momento, ressaltei aspectos da esfera econômica, porém
existem muitos outros campos, tais como, cultura(costumes), segurança e muitos
outros. Por isso, é comum ver políticos que são oposição em determinadas
pautas, serem aliados em outras(isso em um campo ideal, o que observamos no
Brasil é articulação política).
A questão principal é que extremos são, de certa forma,
prejudiciais para uma democracia e consequentemente, para população.
Independente de esquerda e direita, temos exemplos claros nos dois lados de
como sistemas autoritários e extremistas proporcionaram a exclusão das
liberdades individuais e miséria para o povo. Temos de partir de ideias de
centro e ponderamento para análise da situação e as demandas que ela exige,
como em países desenvolvidos que chegaram nesse equilíbrio.
Um teste famoso, mas ainda assim é suscetível a falhas é o
diagrama de Nolan(mostrado abaixo), que a partir de coordenadas, mostra o
melhor ‘‘lugar’’ no campo ideológico de acordo com os princípios e preferências
de cada um. Ressaltando outros pontos, além de direita e esquerda, mas também
‘’Liberal x Conservador’’ e claro, o centro.
No Brasil
No Brasil esses rótulos nos confundem ainda mais, além das
complexas e amplas correntes ideológicas apresentadas acima, os partidos
brasileiros ,muitas vezes,não podem ser associados às suas ideologias raízes.
Os motivos são diversos e a falta de interesse e desunião do povo faz formar um
conflito entre duas classes, a do povo e a dos políticos.
Na verdade, o que vemos acontecendo, de forma frequente, são
políticos defendendo os próprios interesses e de seus ‘’patrocinadores’’ em
detrimento de todo o resto(ideologia, bem-estar social e o debate para
melhorias). Claro que, não pode ser generalizado, afinal políticos bons e ruins
existem em todos partidos, precisamos se abster do maniqueísmo que estamos
acostumados e ter um olhar que enxergue o todo, que é mais complexo, do nosso
sistema.
Portanto, fique atento, ser de direita não significa ser ganancioso,
golpista ou coxinha e ser de esquerda não significa ser comunista ou
preguiçoso. Rótulos como esses podem facilmente atrapalhar uma diálogo
construtivo, ‘‘...novo mesmo é não ter rótulos.’’ (Tabata Amaral) . Nossa
democracia precisa desse amplo debate de opiniões para o bem comum e,
principalmente, cobrar dos nossos políticos. E claro, não perca amizades por
conta dessas divergências, onde sempre uma classe sairá ganhando.
Aproveitando o momento, deixo o convite para que você leitor envie sugestões de assuntos dentro do
tema Economia e Política, quaisquer
dúvidas, indagações ou curiosidades, estarei selecionando algumas e produzindo
artigos como esse que acabou de ler, de forma explicativa, coerente e com os
fontes.
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