É o que revela pesquisa do
IBGE.
O analfabetismo no Brasil
caiu entre 2016 e 2018. Na faixa entre 15 anos ou mais, passou de 7,2% em 2016
para 6,8% em 2018. No ano passado, eram 11,3 milhões de pessoas nesta condição.
Na comparação com 2017, a
queda de 0.1 ponto percentual corresponde a menos 121 mil analfabetos entre os
dois anos. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua Educação 2018 (Pnad Educação), divulgada hoje (19), no Rio de Janeiro,
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o
levantamento, o analfabetismo no Brasil está diretamente associado à idade.
Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos.
Nas pessoas de 60 anos ou
mais, a taxa declinou de 20,4% para 18,6%, o mais alto percentual entre as
faixas de idade. A taxa de 2018 equivale a quase 6 milhões de analfabetos.
O percentual de mulheres é
maior (19,1%) que o dos homens (18%), mas quando a análise é entre 15 ou mais
anos, as mulheres têm taxa menor (6,6%) do que os homens (7%). Segundo o IBGE,
entre os mais velhos, o analfabetismo, em grande parte, ocorre por questões
demográficas, como o envelhecimento da população.
Apesar da queda no
analfabetismo, o Brasil pode não cumprir a meta de erradicação em 2024 para a
faixa de 15 anos ou mais. Segundo a analista da Coordenação de Trabalho e
Rendimento do IBGE (Coren), Marina Aguas, a queda verificada entre 2016 e 2018
é significativa em termos estatísticos, mas até 2024 muita coisa pode
acontecer.
“Tem uma meta intermediária
que foi de 2015, que era do analfabetismo ser de 6,5%. Até agora a gente não
cumpriu a meta intermediária e a erradicação do analfabetismo em 2024. Para
alcançarmos essa erradicação, os desafios são grandes, mas para acontecer vai depender do que a política
pública vai fazer por este grupo para que essas pessoas sejam alfabetizadas”,
observou a analista.
Cor ou raça
Na análise de cor ou raça a
diferença é grande. Em 2018, 3,9% das pessoas de 15 anos ou mais analfabetas
eram brancas, enquanto as pessoas pretas ou pardas eram 9,1%.
Com 60 anos ou mais, a
diferença é ainda maior. As brancas são 10,3% e as pretas e pardas, 27,5%.
Analfabetismo por regiões
Embora tenha registrado no
período 2017 e 2018 uma queda de 14,48% para 13,87% na faixa de 15 anos ou
mais, o Nordeste é a região com maior percentual, seguido do Norte (7,98%),
Centro-Oeste (5,40%), Sul (3,63%) e Sudeste (3,47%). As diferenças se mantêm na faixa de 60 anos
ou mais. No Nordeste são 36,87, no Norte 27,02%, no Centro-Oeste 18,27%, no Sul
10,80% e no Sudeste 10,33%.
Nível de instrução
Outro dado que chamou
atenção no Brasil em termos educacionais entre 2016 e 2018 foi o percentual
maior de pessoas que concluíram pelo menos as etapas básicas de educação
obrigatória, que é chegar, no mínimo, ao ensino médio completo.
A taxa subiu de 45% em 2016
para 47,4% em pessoas com 25 anos ou mais. Em 2018, as mulheres nesta situação
(49,5%) eram em maior quantidade que os homens (45%).
As pessoas brancas somavam
55,8%, enquanto as pretas e pardas, 40,3%. Quando a análise se refere aos sem
instrução, o percentual caiu de 7,8% para 6,9%.
Para o IBGE, como as
trajetórias educacionais variam ao longo da vida, o indicador é melhor avaliado
entre as pessoas que já poderiam ter concluído o processo regular de
escolarização, em geral, em torno dos 25 anos.
Também nesses dados, as
diferenças regionais chamam atenção. No Nordeste, apesar do número de pessoas
com ao menos a etapa do ensino básico completo ter crescido em 2018 (38,9%),
ainda é baixo em relação às outras regiões.
No Centro-Oeste é de 48,7%,
no Sul ( 45,7%), no Norte (43,6%) e no Sudeste (53,6%). “É uma diferença grande”,
disse Marina Aguas.
Metodologia
A Pnad Contínua levanta
trimestralmente, por meio de questionário básico, informações sobre as
características básicas de educação para as pessoas de 5 anos ou mais de idade.
A partir de 2016, começou a
incluir o módulo anual de educação, que, durante o segundo trimestre de cada
ano civil, amplia a investigação dessa temática para todas as pessoas da
pesquisa.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...