Para coordenador, avanço é
significante, porém tímido.
O número de jovens de 15 a
17 anos cursando o ensino médio aumentou de 61% em 2012 para 68,7% em 2018. O
percentual de jovens nessa faixa etária que frequentam a escola também vem crescendo
e chegou a 91,5% em 2018. Os dados estão no Anuário Brasileiro da Educação
Básica 2019, divulgado hoje (25) pelo movimento Todos pela Educação em parceira
com a Editora Moderna e traz dados organizados de acordo com as metas do Plano
Nacional de Educação (PNE).
“É uma avanço
estatisticamente significante, mas um avanço ainda tímido. O modelo que temos
acaba fazendo com que adolescentes e jovens saiam da escola e, mesmo os que
frequentam a escola, não veem um ambiente atrativo para seguir e encaixar a
ideia de escolarização do ensino médio nos seus projetos de vida”, disse o
coordenador de projetos do Todos pela Educação, Caio Callegari.
A conclusão do ensino médio
na idade adequada ainda é um desafio, como mostram os dados do relatório. Em
2018, apenas 63,6% dos jovens de 19 anos matriculados concluíram o ensino
médio. Em 2012, 51,7% dos jovens de 19 anos haviam concluído essa etapa do
ensino.
Desigualdades
As desigualdades
socioeconômicas e de raça têm peso no acesso ao ensino médio, como aponta o anuário.
Em 2018, 75,3% dos jovens brancos de 15 a 17 anos estavam matriculados na
etapa. Já entre os jovens negros da mesma faixa etária esse percentual era de
63,6%, uma diferença de quase 12 pontos percentuais.
O anuário mostra também as
disparidades em relação à distribuição de recursos. Enquanto São Paulo recebe a
maior média anual de recursos vinculados à educação por aluno, R$ 6,5 mil, o
Maranhão está no outro extremo com R$ 3,5 mil por aluno ao ano.
“Boa parte das desigualdade
educacionais está relacionada a desigualdade de financiamento tanto em relação
a garantia de recursos mínimos quanto a gestão de recursos. Estamos dando menos
recurso para quem tem que corrigir um passivo histórico de investimento em
educação”, disse o coordenador de projetos do Todos pela Educação.
Professores
Em relação à formação dos
professores a publicação mostra que desde 2012 houve aumento médio de cerca de
cinco pontos percentuais no número de docentes com formação adequada para as
disciplinas que lecionam.
Em 2018, 48,7% dos docentes
dos anos finais do ensino fundamental, que vai do 6º ao 9º ano, tinham formação
adequada. O dado representa um crescimento de 5 pontos percentuais em
comparação a 2012. Já no ensino médio, essa taxa era de 56,3%, aumento de 5,4 pontos
percentuais no mesmo período.
“A última década foi marcada
por avanços importantes, mas que de forma nenhuma desligaram a sirene de
urgência de mudanças estruturais na educação brasileira. Ainda estamos muito
distantes das metas estratégicas do PNE”, disse Caio Callegari.
O Anuário Brasileiro da
Educação Básica 2019 usa como base dados do Ministério da Educação e traz
análises sobre os temas das 20 metas do PNE que foi sancionado em 2014 e
estabelece metas para melhorar a educação até 2024.
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