O combate à corrupção no Brasil ganhou um importante
aliado com o anúncio do ministro Sergio Moro sobre a necessidade de criação de
delegacias de polícia focadas na investigação destes crimes. A Polícia
Judiciária é amplamente capacitada para atuar nos casos de corrupção nos
estados e é uma valiosa arma no combate aos crimes de colarinho branco, que nos
últimos anos causaram um rombo enorme nos cofres públicos e trouxeram prejuízos
estratosféricos à nação.
A medida anunciada pelo governo, que estabelece critérios
para o rateio da verba do Fundo Nacional de Segurança entre os estados, mostra
que o Brasil está finalmente caminhando na direção certa. E a Polícia Civil
pode contribuir ativamente para ajudar a moralizar as instituições por meio de
sua atribuição legal, que é a investigação de todos os tipos de crime.
Para se ter uma ideia dos danos provocados pela
corrupção, somente os casos investigados pela Polícia Federal representaram um
prejuízo de R$ 123 bilhões nos últimos quatro anos.
A PF prende uma pessoa por corrupção ou crime financeiro
a cada nove horas no Brasil.
O número de detidos por crimes deste tipo aumentou quase
50% em 2018, na comparação com o ano anterior. Os números mostram que 922
pessoas foram presas por crimes do colarinho branco no ano passado, o maior
número de detenções desde 2014.
É importante lembrar que, atualmente, apenas delegados de
polícia de uma única delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à
Cidadania (DPPC), da Polícia Civil, têm a atribuição legal de investigar os
crimes contra a administração pública, na Capital.
Um decreto assinado em maio de 2009 pelo então governador
José Serra determinou que o trabalho de elucidação desses delitos fosse
exclusividade do DPPC. Nos demais municípios, a investigação de tais crimes
fica a cargo de outras unidades não especializadas. E é aí que o problema se
acirra.
Nós sabemos que a falta de efetivo e deficiências
estruturais prejudicam essas investigações fora da Capital. E essa nova norma
do Ministério da Justiça vem fortalecer o combate à corrupção pela Polícia
Civil. Com esse investimento, a instituição terá uma maior capacidade para
atuar, livre de ingerências políticas.
A notícia do ministro vem em um momento em que a Polícia
Civil paulista enfrenta uma série de dificuldades, como o maior deficit da sua
história, mas se posiciona de forma cada vez mais indispensável para a
sociedade e vem ganhando o apoio de vários setores para conseguir investir em
capacitação de seus profissionais.
Prova disso é a criação do Fundo Especial para o Combate
do Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro (FEPCCOLD), que investirá dinheiro
recuperado do crime organizado em ações de combate à lavagem de dinheiro, por
exemplo.
Os policiais buscaram alternativas à situação de penúria
em que se encontra a instituição para continuar desempenhando o seu papel com
excelência.
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São
Paulo (SINDPESP) acredita fortemente que o governador João Doria, que já
demonstrou ser conhecedor dos grandes problemas que enfrentamos enquanto
Polícia Judiciária, reconhecendo inclusive a injustiça salarial que se acometeu
sobre a instituição, poderá recompor as injustiças anteriores a nós infligidas
e viabilizar a efetiva aplicação de recursos para o retorno ao povo paulista.
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