Homem fazia entrega pela
Rappi em Perdizes. Procurada para ajudar no socorro, empresa disse apenas que
era preciso desativar para não atrasar entregas seguintes. Em nota, Rappi diz
que lamenta morte e estuda melhorias. Samu foi chamado, mas ambulância não
apareceu.
Um motoboy morreu nesta
segunda feira (8) após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) durante uma
entrega em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. Thiago de Jesus Dias, de 33
anos, foi socorrido na noite de sábado (6) pela cliente do aplicativo Rappi que
esperava a entrega, mas morreu no hospital dois dias depois do mal súbito.
Segundo a cliente que ajudou
no socorro, Thiago estava com fortes dores de cabeça, náuseas e pressão baixa.
"Ele tremia muito e vomitou algumas vezes", disse a advogada Ana
Luísa Pinto.
A advogada contatou a Rappi
com o celular do motoboy, mas a atendente disse apenas o que era preciso ser
feito para que as próximas entregas não fossem afetadas.
"Entramos em contato
com a Rappi que, sem qualquer sensibilidade, nos pediu para que déssemos baixa
no pedido para que eles conseguissem avisar os próximos clientes que não
receberiam seus produtos no horário previsto", relata.
Procurada, a Rappi disse que
lamenta profundamente a morte do entregador e que está em contato e à
disposição dos familiares de Thiago. No entanto, a família relata que só foi
procurada pela empresa na noite de quarta-feira (10) --o AVC ocorreu no sábado
e a morte encefálica de Thiago foi confirmada na segunda (8).
"A empresa está
desenvolvendo um botão de emergência, que estará disponível dentro do
aplicativo dos entregadores, por meio do qual os mesmos poderão optar por
acionar diretamente o suporte telefônico da Rappi - que contará com equipe
especializada - ou as autoridades competentes (caso se deparem com situações
relacionadas à saúde ou segurança)", afirma em nota.
O Serviço de Atendimento
Móvel de Urgências (Samu), da Prefeitura de São Paulo, foi procurado pelo menos
duas vezes, mas nenhuma ambulância foi enviada ao local. Um motorista de Uber
foi chamado para levar a vítima ao hospital, mas se recusou porque o entregador
estaria sujo e molhado após urinar em si mesmo enquanto passava mal, segundo
Daiane de Jesus Dias, irmã de Thiago.
De acordo com Daiane, foram
quase duas horas de espera por socorro até conseguir a ajuda de amigos, que
chegaram de carro e levaram Thiago ao Hospital das Clínicas. O entregador teve
a morte encefálica confirmada na manhã de segunda-feira no mesmo hospital.
Daiane e Ana Luisa reclamam
que não tiveram nenhum suporte da Rappi ou do Samu e também lamentam a atitude
do motorista da Uber que se recusou a levar Thiago. A família estuda processar
o aplicativo para a qual o entregador trabalhava há mais de dois anos e também
a Uber e a Prefeitura de São Paulo, responsável pelo Samu.
Conteúdo: G1
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