O Ministério da Educação
(MEC) quer criar um fundo de natureza privada, cujas cotas serão negociadas na
Bolsa de Valores, para financiar as universidades e institutos federais. Esse
fundo contará, inicialmente, com R$ 102,6 bilhões. A maior parte desses
recursos, R$ 50 bilhões, virá do patrimônio da União. A intenção é que esse
esses recursos financiem pesquisa, inovação, empreendedorismo e
internacionalização das instituições de ensino.
O fundo é a principal
estratégia do programa Future-se, apresentado hoje (17) pelo MEC. O fundo será
composto ainda por R$ 33 bilhões de fundos constitucionais, por R$ 17,7 bilhões
provenientes de recursos angariados com leis de incentivos fiscais e depósitos
à vista, por R$ 1,2 bilhão de recursos da cultura e por R$ 700 milhões
provenientes da utilização econômica do espaço público e fundos patrimoniais.
Os recursos serão voltados
para a instalação de centros de pesquisa e inovação, bem como parques
tecnológicos; assegurar ambiente de negócios; criação de startups, ou seja, de
empresas com base tecnológica; aproximar as instituições das empresas;
estimular intercâmbio de estudantes e professores, com foco na pesquisa
aplicada; firmar parcerias com instituições privadas para promover publicações
de periódicos fora do país; entre outras ações.
A intenção que essas ações
gerem também recursos que serão remetidos ao fundo e também às instituições e
aos próprios pesquisadores. A adesão das universidades e institutos será
voluntária. O MEC não detalhou os critérios de distribuição de recusos entre as
instiuições.
"A gente quer premiar
as boas práticas, a gente não acredita no assistencialismo, quer premiar a
cultura do esforço, quer premiar o bom desempenho, por isso estamos lançando
esse programa. A gente quer permitir que se formem cada vez mais talentos e
quer reter esses talentos", disse o secretário de Educação Superior do
MEC, Arnaldo Barbosa.
Como funciona o fundo
O fundo será composto
principalmente pelo patrimônio da União, como terrenos que foram, segundo
Barbosa, cedidos pelo Ministério da Economia para esse fim. Por isso, os
recursos serão integralizado com fundos de investimento imobiliário.
"Isso que hoje é
despesa vai virar receita para o fundo do Future-se", destacou Barbosa.
"O que a gente ganha a partir do momento que transforma esse terreno em
cotas [é] que o setor empresarial constrói um shopping, isso vira sociedade de
propósito específico, vira um shopping. Um terreno construído vai ser
valorizado, então as cotas [se] valorizam. O dinheiro aumenta, e a própria
rentabilidade das salas comerciais vai agregar valor a esse programa. Volta
tudo para o Future-se", explicou.
Esse fundo de rendimento
multimercado poderá também receber investimentos, segundo o secretário, de
interessados, por exemplo em realizar pesquisas na Amazônia. "Esse fundo
vai ter política de investimento, vai ter regulamento, vai estar disposto sobre
os riscos, tudo será transparente", diz.
Organizações sociais
De acordo com o MEC, a
operacionalização do Future-se ocorrerá por meio de contratos de gestão firmados
pela União e pela instituição de ensino com organizações sociais (OSs). As OSs
são entidades de caráter privado que recebem o status “social” ao comprovar
eficácia e fins sociais, entre outros requisitos.
Os contratos de gestão
poderão ser celebrados com organizações sociais já qualificadas pelo MEC. Além
disso, as fundações de apoio poderão ser qualificadas como organizações
sociais.
A organização social
contratada, segundo a pasta, poderá manter escritórios, representações,
dependências e filiais em outras unidades da Federação. A instituição de ensino
pode viabilizar a instalação física em suas dependências.
Sem mensalidade
O ministro da Educação,
Abraham Weintraub, garantiu que a proposta não inclui a cobrança de mensalidade
nas graduações das instituições públicas. "[As instituições] continuarão
públicas e os estudantes NÃO pagarão pela graduação", disse em publicação
no Twitter.
A proposta será
disponibilizada nesta quarta-feira para consulta pública. A sociedade poderá
colaborar com sugestões até o dia 7 de agosto. O MEC irá, então, submeter ao
Congresso Nacional um projeto de lei para viabilizar as mudanças. As universidades
seguirão, segundo a pasta, contando com o orçamento público.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...