Dois fatores novos têm
contribuído para o aumento do número de casos de dengue neste ano,
principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. Até junho, foram
registradas 366 mortes em decorrência da doença em todo o Brasil. Um aumento de
163%, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo especialistas
ouvidos pela Jovem Pan, a circulação de um sorotipo diferente do vírus da
dengue e as mudanças climáticas contribuíram para o crescimento de casos da
doença.
O diretor da Sociedade
Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, explica que a chegada do tipo 2 da
dengue deixa as pessoas mais suscetíveis à contaminação. “O número de casos
tende a aumentar não só nesse, mas provavelmente nos próximos anos, e
consequentemente o número de internações, o número de óbitos. A epidemia que
nós estamos vivendo neste ano se assemelha muito às epidemias de anos atrás”.
Ele afirma que o número de
pessoas contaminadas deve diminuir com a mudança climática. “Então é importante
continuar com os cuidados, evitar água parada, usar repelentes, principalmente
nesta estação. Com o término do período de chuva, a tendência é que os casos
diminuam em todo o país”, disse.
Além da circulação de um
sorotipo diferente do vírus, as temperaturas mais altas e o volume de chuvas
maior, em decorrência do fenômeno El Nino, também contribuíram para o
crescimento nos números de casos de dengue. Segundo o infectologista do
Hospital Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn,“Nós estamos vivendo um inverno
atípico, com temperaturas muito mais altas, a presença de chuvas, e isso é um
favorecedor da proliferação de mosquitos, especialmente o Aedes Aegypti. E a
medida que a proliferação ocorre o risco de doenças, principalmente a dengue,
acaba sendo um grande problema.”
O estado de São Paulo
lidera o ranking de mortes em decorrência da dengue, com 145 registros. É
seguido por Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, com 79, 29 e 24 casos,
respectivamente.
Conteúdo: Jovem Pan
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