Por Pedro Henrique de Melo Andrade
O assunto global da semana
está sendo a reviravolta nas eleições da Argentina. Com o ‘‘desempenho ruim’’
nas primárias, o presidente e candidato à reeleição Mauricio Macri reconhece
que não será um caminho fácil até dia 27 de outubro (primeiro turno das eleições).
A chapa Frente de Todos, encabeçada pelos opositores de esquerda Alberto
Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner, obteve apoio de 47% dos
eleitores contra 32% da chapa liberal de Macri (Juntos pela Mudança). Lidando
com eleições polarizadas e troca de farpas cotidianas entre os líderes
políticos de Brasil e Argentina, é evidente que haverá reflexos diretos na
economia e política brasileira.
22 de novembro de 2015, o
liberal Mauricio Macri é eleito como novo presidente da Argentina. Amparado por
um mercado respondendo muito bem e sob proposta de reformas/ajustes fiscais,
Macri era a esperança de dias melhores para muitos, porém a crise econômica de
2018 e, consequentemente, o crescimento do índice de desemprego, o presidente
da Argentina começou a mesclar liberalismo e populismo em suas políticas. A
desaprovação popular e a polarização ideológica vieram à tona.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRl7R4MjGOV46oFG8OfZYs476262rd-8eeD7xScTRPxzzfNqbII9wZ7YRLl9zthRs8nBx3_JVUJ6l9wycpAwYvsdCbijFJHSqmTHx7khi0AXjYwmCieqIWawWrKQ79J9hfzK33j2JiGKI/s320/1915789_1091378144206679_2598914329022893272_n.jpg)
Tratando-se de um mundo
globalizado, quaisquer falas de líderes nacionais podem e vão repercutir na
economia e política internacional. O presidente Bolsonaro já declarou claro
repúdio ao governo de Cristina Kirchner e na segunda-feira(12/08) mencionou que
não quer ‘‘irmãos argentinos fugindo pra cá’’ caso a chapa de Alberto e
Kirchner vença. Isso é preocupante, principalmente porque a Argentina é um
grande parceiro econômico do Brasil (indústria varejista e automotiva), também
porque o ‘‘mercado’’ vê a América latina como ‘‘uma coisa só’’, logo esse
desgaste entre o provável futuro presidente argentino Alberto Fernández e o
presidente Bolsonaro, fará com que as expectativas do mercado sejam
pessimistas, como foi nessa semana, com o dólar batendo R$4 e Ibovespa recuando
mais de 2%.
Na situação em que o Brasil
se encontra, comercializando com vários mercados internacionais (vide nossa
economia globalizada), é necessário que o presidente Bolsonaro pense mais antes
de se posicionar contra um comprador (parceiro comercial) – como mostrou o vice
Mourão, com um tom mais aliado. O comércio com a Argentina não é unicamente uma
questão ideológica, mas sim econômica, precisa-se de mais abertura e conversas
diplomáticas, caso contrário, segue o enterro.
Fonte:
Infomoney
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