Raiane Silva Martins, de 21
anos, gravou áudio momentos depois que casa desabou.
Bombeiros trabalham nos escombros de uma casa de três
andares que desabou em Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro — Foto: José Lucena/Futura
Press/Estadão Conteúdo
Conteúdo: ‘G1’
A jovem Raiane Silva Martins, uma das vítimas do
desabamento de uma casa em Curicica, Zona Oeste do Rio, na manhã desta
segunda-feira (12), gravou um áudio momentos depois de ficar entre os
escombros.
"Gente, pelo amor de Deus, a minha casa caiu em cima
de mim e o meu filho está gritando. Alguém manda uma ambulância, por
favor", diz Raiane no áudio.
O áudio foi enviado em um grupo de um aplicativo de
mensagens das mães da escola do filho de Raiane. De acordo com o relato das
outras mães, uma das preocupações da jovem era com o cheiro de gás e uma
possível explosão na casa.
Raiane, de 21 anos, foi retirada dos escombros às 10h25.
O filho dela, Nicolas Domingos Martins, de 3 anos, também estava em casa e foi
retirado cerca de meia hora depois da mãe.
Raiane Silva Martins, de 21 anos, levava o filho para a
escola quando o imóvel desabou — Foto: Reprodução
Segundo o Corpo de Bombeiros, a mãe estava em um local de
mais fácil acesso para os socorristas e, portanto, deveria ser retirada
primeiro.
Um balão de oxigênio foi levado pelas equipes para
auxiliar nos trabalhos de resgate. Os agentes também retiraram móveis, lama e
terra do local para conseguirem acessar as vítimas.
Após o resgate, Raiane e o filho foram levados para o
Hospital Municipal Lourenço Jorge. Raiane passar por uma tomografia na altura
da bacia. O menino Nicolás também tem estado de saúde estável.
Pai cavou buraco
O pai de Raiane contou que desmaiou e sentiu as pernas
fraquejarem, mas conseguiu abrir um buraco cavando com as mãos para tentar
tirar a filha e o neto.
“Eu estava tentando resgatar antes deles [os bombeiros]
chegarem. Eu me cortei todo, mas não tem problema”, destacou Uildes.
Ele foi retirado do local pelos bombeiros, por causa do
risco. De acordo com a Defesa Civil, o imóvel tinha quatro andares, contando
com o terraço. A casa passou por uma vistoria e deve ser demolida ainda nesta
segunda.
O desabamento
Segundo testemunhas, o pai da criança chegava do trabalho
no momento em que a casa desabou. A mãe e o menino, que estavam no primeiro
piso da casa, se preparavam para ir à escola.
Um dos vizinhos das vítimas,
cuja casa foi atingida, Josué da Silva, contou que ouviu os gritos dos
moradores no momento do desabamento.
"Quando eu acordei, a
geladeira já estava quase caindo em cima de mim. Eu acordei meu irmão, a gente
levantou e empurrou a geladeira. Aí eu escutei, do primeiro barraco, a mãe e o
filho gritando 'Meu filho, meu filho, me ajuda!' e daqui a pouco alguém
conseguiu tirar o filho dela. Depois, a gente soube da outra mãe e o filho
presos no outro barraco", explica Josué.
A casa que desabou fica às
margens do Rio Guerenguê. Imagens do Globocop mostraram que as paredes ficaram
com grandes rachaduras. Imóveis ao redor também corriam risco.
Pouco antes das 8h, um homem
usando um capacete entrou na casa que desabou para retirar gaiolas de
passarinho do local. Um cachorro também estava no alto de um dos imóveis
aguardando resgate.
Quatro meses de tragédia na
Muzema
O desabamento de uma casa em
Curicica, na Zona Oeste do Rio, ocorre quatro meses após a tragédia na
comunidade da Muzema.
Na comunidade que também
fica na Zona Oeste da cidade, dois prédios desabaram no dia 12 de abril,
deixando 24 pessoas mortas e dezenas de desabrigados.
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