Medida Provisória foi
aprovada no Senado nesta quarta-feira (21). Texto também derrubou autorização
para trabalho aos domingos e feriados.
O texto da MP da Liberdade
Econômica aprovado na quarta-feira (21), no Senado, preservou os pontos
originais da Medida Provisória enviada pelo governo, como o fim da necessidade
de licenças e alvarás para negócios de baixo risco, e a proibição do
"abuso regulatório", como a criação de regras para leis para reserva
de mercado ou controle de preço. A MP (Medida Provisória) também permite que
bancos abram aos sábados.
Permaneceram ainda a
previsão de que o eSocial será substituído por outro programa em até 120 dias e
a criação da carteira de trabalho eletrônica.
Trabalho aos domingos
O Senado derrubou a
autorização para o trabalho aos domingos e feriados. Essa permissão, que havia
sido aprovada na Câmara, era defendida pelo governo, mas causou polêmica no
Senado.
Como a MP perderia a
validade na próxima terça-feira (27), se não fosse votada, o governo preferiu
recuar e concordar com a retirada da autorização de trabalho aos domingos para
garantir a votação a tempo.
O artigo foi considerado um
"jabuti", ou uma matéria estranha à medida, e retirado do texto
aprovado sem novas alterações, o que evitou que a medida tivesse que ser
novamente analisada pela Câmara.
Projeto de lei
O governo, no entanto, deve
enviar um projeto de lei retomando a autorização de trabalho nesses dias, assim
como outros pontos que ficaram de fora do texto final aprovado.
Na semana passada, ainda na
votação da Câmara, parlamentares e a equipe econômica já costuravam um
"projeto das sobras", com pontos que foram retirados, como a previsão
para que quem ganha mais do que R$ 30 mil não esteja mais protegido pela
legislação trabalhista.
"A votação da MP da
Liberdade Econômica é boa, mas não foi o ideal", disse o secretário de
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
O texto aprovado na Câmara
autorizava o trabalho aos domingos e feriados irrestritamente e previa uma
folga aos domingos por mês. Hoje, o trabalho aos domingos depende de acordos e
convenções de cada categoria. No comércio, por exemplo, há em algumas
localidades permissão para o trabalho, desde que haja uma folga a cada três
domingos.
Com o risco de perda da
validade da MP, os parlamentares governistas trabalharam ontem durante todo o
dia para que fosse aprovado o texto conforme veio da Câmara, que ratificou a
medida na semana passada.
No plenário, os senadores
reclamavam do pouco tempo para analisar a medida e de que a Casa acaba
funcionando como "carimbador" de medidas.
A relatora do projeto no
Senado, Soraya Thronicke (PSL-MS) disse que o próprio Senado tinha parcela de
culpa por ter demorado a indicar senadores para compor a comissão especial que
analisou a medida. "É um projeto de Estado, não do presidente Jair
Bolsonaro", apelou.
Além do trabalho aos
domingos, a movimentação de representantes de cartórios também levou a
discussões sobre a retirada do texto aprovado na Câmara da previsão de que o
registro de regulamentos de fundos de investimento não precisa mais ser feito
em cartórios, valendo apenas o registro da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários). Esse trecho foi mantido e aprovado.
De acordo com dados da
equipe econômica, isso é importante para reduzir os custos de investimento no
Brasil, já que o custo de registro de regulamentos é significativo para o
mercado brasileiro, que despende anualmente R$ 3,8 milhões na constituição de
fundos.
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