Preso por matar funcionária do MEC é 'maníaco em série', diz delegado; polícia investiga crimes semelhantes em 2014
Inquéritos de 2014 e 2015
estavam prestes a ser arquivados por falta de indícios de suspeitos. Marinésio
dos Santos Olinto está preso preventivamente.
Marinésio dos Santos Olinto,
preso pela morte de Letícia Sousa Curado Melo — Foto: Polícia Civil do
DF/Divulgação
Conteúdo: ‘G1’
O homem preso
preventivamente por matar a funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia
Sousa Curado Melo, de 26 anos, é tratado pela polícia como "maníaco em
série".
Marinésio dos Santos Olinto,
de 41 anos, foi detido nesta segunda-feira (26). Ele é investigado pela
suspeita de ter cometido os seguintes crimes, sempre dentro da caminhonete
prata que utilizava:.
·
Feminicídio de
Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos. Ela desapareceu em 23 de agosto e o
corpo foi encontrado três dias depois.
·
Feminicídio de Genir
Pereira de Sousa, de 47 anos. Ela desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi
encontrado 10 dias depois.
·
Abuso sexual contra
duas irmãs, de 18 e 21 anos. Elas usaram uma panela de ferro para conseguir
fugir do carro.
·
Abuso sexual contra
uma jovem de 23 anos. Ela pulou do carro em movimento para evitar ser
estuprada.
O delegado Veluziano Castro,
um dos responsáveis pela investigação, disse ao G1 que o suspeito confessou os
assassinatos, mas negou a violência sexual contra Letícia.
"É comportamento de maníaco em série, perfil desviado, embora saiba
perfeitamente de tudo que faz."
Ainda segundo a polícia,
Marinésio permaneceu em silêncio quando confrontado com algumas provas do
crime, como as imagens em que o carro dele aparece gravado por câmeras de
segurança.
Advogada Letícia Sousa
Curado Melo está desaparecida desde sexta-feira — Foto: TV Globo/Reprodução
Outras vítimas
Além do homicídio das duas
vítimas já identificadas – Letícia e Genir –, a polícia passou a investigar uma
possível relação entre o suspeito e crimes cometidos há, pelo menos, cinco
anos.
"A inteligência da
polícia reabriu inquéritos de 2014 e 2015 que estavam para ser arquivados por
falta de indícios de suspeitos", afirmou Castro.
Ainda de acordo com o
delegado, o modo de operação usado pelo agressor, a semelhança entre os carros
usados nos crimes, a causa das mortes das vítimas – por asfixia – e o local
onde foram encontradas (Planaltina e Paranoá) apontam a possível participação
dele nos crimes.
Apesar da suspeita, ainda é
necessário aguardar a nova análise de laudos periciais sobre as mortes dessas
mulheres. O nome das vítimas não foi divulgado.
Depois de a imagem do
suspeito ter sido divulgada, mais três jovens, de 18, 21 e 23 anos, relataram
em depoimento à Polícia Civil que também foram vítimas de Marinésio.
Corpo de Genir Pereira de
Sousa, de 47 anos foi encontrado entre Planaltina e Paranoá — Foto: Arquivo
pessoal
Os crimes
Mesmo negando a violência
sexual contra a advogada Letícia Sousa, morta neste fim de semana, Marinésio
afirmou à polícia ter asfixiado a vítima.
Segundo as investigações, o
crime teria ocorrido fora do carro, "já que não foram encontradas marcas
de sangue dentro do veículo", afirmou o delegado ao G1. "A vítima
tinha marcas aparentes no pescoço, mas só o laudo pode confirmar".
"Ele [suspeito] confirma que esganou e matou a vítima sufocada."
Se comprovada a autoria no
caso das duas vítimas já identificadas, Marinésio deve responder por
feminicídio, ocultação de cadáver e, possivelmente, estupro.
Morte de Letícia Sousa
O corpo da advogada Letícia
Sousa foi encontrado nesta segunda-feira (26). Até a manhã desta terça (27), o
corpo não havia sido liberado para o sepultamento. A jovem estava desaparecida
desde sexta-feira (23), quando saiu para o trabalho, por volta das 7h.
Letícia morava no Setor
Arapoanga, em Planaltina, com o marido e o filho, de 3 anos. Funcionária
terceirizada do Ministério da Educação (MEC), ela foi gravada por uma câmera de
segurança entrando em uma caminhonete que pertence a Marinésio dos Santos Olinto.
O homem, segundo a Polícia
Civil, confessou o crime. Ele disse que matou a vítima porque ela se recusou a
manter relações sexuais. Marinésio, que levou os policiais até o local onde
estava o corpo, contou que enforcou Letícia.
Morte de Genir de Sousa
A empregada doméstica Genir
Pereira de Sousa desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10
dias depois.
Assim como Letícia, Genir
foi vista pela última vez enquanto caminhava até uma parada de ônibus. Câmeras
de segurança flagraram o momento em que a empregada doméstica deixava a casa da
patroa, no Paranoá.
A patroa de Genir é dona de
uma pizzaria e foi quem comunicou o sumiço da empregada. Segundo a empresária,
em 15 anos de trabalho, Genir nunca havia faltado sem avisar.
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