Conteúdo: ‘UOL’
O Encontro com Fátima
Bernardes recebeu hoje o professor Juliano Mantovani, que desarmou um homem que
invadiu uma escola em Charqueadas (RS) na última quarta-feira brandindo um
machado. Ao menos seis pessoas foram parar no hospital após o ataque, quatro
alunos feridos e dois em estado de choque.
Juliano é professor de educação física no
Instituto Estadual de Educação Assis Chateaubriand. "O susto foi muito
grande. Eu me preparei para dar início a primeira aula, cheguei e fui atender
minha turma, fiz a chamada e levei eles para a quadra de esportes",
relatou.
"Quando eu cheguei lá,
me lembrei que precisava voltar para a sala dos professores para pegar o
material esportivo", continuou, dizendo que a seguir ouviu gritos pela
escola. "Naquele momento eu percebi que estava acontecendo algo errado. Eu
fui mais adiante no corredor e consegui ver a sala onde estava acontecendo o
fato".
Juliano ainda relatou o
pânico dos alunos durante o ataque. "Os coitados muito assustados,
gritando muito, recebendo aqueles golpes. Quando eu ouvi os gritos, eu tenho
duas filhas, e na mesma hora achei que eram as duas gritando", disse.
"A única coisa que
passou na minha cabeça foi atacar ele e desarmá-lo", contou. "Eu subi
as escadas muito rápido e voei para cima dele. Fui direto na mão em que ele
estava segurando a machadinha. Surpreendi ele, porque peguei por trás".
"Tudo aconteceu muito
rápido. Nas imagens dá para ver que foram segundos, mas na hora parecia uma
eternidade. Quando consegui tirar a machadinha, visualizei que ele tinha uma
garrafa de coquetel molotov, cheia de gasolina. Ele me olhou e se
assustou", continuou.
"Dava para ver na ação
dele, quando estava aplicando os golpes, que não havia só fúria. Ele estava
muito assustado. Ele não tentou me contra-atacar, ele decidiu fugir. Quando ele
decidiu, entrei em perseguição. Mas ele era um rapaz de 17 anos, e eu estou com
39", disse ainda.
Quando o criminoso chegou à
saída da escola e pulou o portão, Juliano se viu em um impasse: "Eu
comecei a gritar para os funcionários: 'Pega, pega, segura'. Ninguém conseguiu.
Ele pulou o portão da escola. Quando eu fui pular, os meus alunos começaram a
gritar de novo: 'Volta professor, nossos colegas estão sangrando muito'. Tive que
fazer uma escolha entre continuar perseguindo ele e ajudar meus alunos".
O professor contou ainda que
chegou a dar aulas para o rapaz que invadiu a escola, mas que não viu sinais de
violência nele. "Isso que nos intriga muito na nossa cidade. É cidade
pequena, a maioria das pessoas se conhece. Mas o período que ele foi meu aluno
foi muito curto, entre nove meses e um ano. O período que ele ficou lá, era um
aluno muito quieto, mas participava", contou.
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