Agredida com mais de 70 facadas faz alerta a mulheres em relações abusivas: ‘não existe ex-agressor’
No dia 21 de julho ele
invadiu a casa dela em Taubaté (SP) por não aceitar o término do namoro. Depois
de passar três dias em coma e duas semanas internada, ela faz tratamento para
recuperar os movimentos do lado esquerdo do corpo.
Vendedora Aline Guimarães foi esfaqueada mais de 70 vezes
pelo ex-companheiro — Foto: Talita França/ TV Vanguarda
As marcas de uma relação
abusiva são parte da imagem que a vendedora Aline Guimarães, de 38 anos,
precisa encarar todos os dias. No dia 21 de julho, ela foi esfaqueada mais de
70 vezes pelo ex-companheiro, que invadiu a casa dela por não aceitar o término
do namoro.
Depois de passar três dias
em coma e duas semanas internada, ela faz agora tratamento para recuperar os
movimentos do lado esquerdo do corpo. Ao relembrar as agressões, faz um alerta
para conscientizar outras mulheres que enfrentam relacionamentos do mesmo tipo.
“Hoje, tenho essa
consciência de que eu deveria ter tomado uma atitude antes. Não existe o
ex-agressor. Agrediu uma vez, ele vai agredir a segunda, a terceira”, afirma.
O agressor está preso na P2
de Tremembé e vai passar por audiência no dia 27. Aline teme que o ex possa
ficar livre e diz que ainda convive com o trauma.
"Sinto muita
dificuldade para conseguir dormir. Quando fechos os olhos, eu sonho muito com o
que aconteceu. Tenho vários pesadelos", diz ela.
Vendedora Aline Guimarães foi esfaqueada mais de 70 vezes
pelo ex-companheiro — Foto: Talita França/ TV Vanguarda
Histórico
O caso ocorreu pouco antes
das 6h da manhã. "Acordei com um estouro de uma janela de blindex da
lavanderia, ele subiu pelo telhado. E ele pulou de um lugar muito alto,
inacreditável. Quando escutei aquele estouro e a vizinha já gritando meu nome,
porque segundo ela, já estava alerta porque o cachorro latia."
De acordo com a vendedora,
que está afastada do trabalho devido às lesões, o ex-namorado a procurava havia
alguns dias para tentar reatar a relação, mas, segundo ela, em nenhum momento a
ameaçou.
“[Ele era] Politicamente
correto, aquela pessoa que quando eu apresentava para alguém, todo mundo
admirava. Ele era muito dedicado ao trabalho e à família”, explica Aline.
“Quando saí da porta do
quarto ele já estava na sala, de frente para mim, com uma máscara de lã que ele
levantou e já estava com a faca apontada. Não teve nem conversa, já deu o
primeiro golpe. Pedia muito para ele para parar e nisso os vizinhos começaram a
sair na rua e a gritar."
Antes disso, o ex-namorado
já a havia agredido, mas pediu perdão.
“Há um ano ele me agrediu
por duas horas e me deixou cheia de hematomas", lembra Aline. "Eu
estava decidida a não voltar, mas como eu gostava muito dele e ele me procurou
dizendo que queria fazer tratamento, que ele queria me pedir perdão perante
toda a família dele, inclusive ele fez isso, resolvi dar uma chance."
Em um áudio enviado a uma
amiga, ela chegou a relatar a uma amiga o medo que sentia. Agora,
Aline espera que ele permaneça preso e pede justiça.
"Em relação à Justiça,
deixo na mão de Deus e das autoridades e quero que a punição seja de acordo com
meu sofrimento. Tenho receio. Ele demonstrou que [o intuito] era de realmente
me ver morta. Tenho medo de que ele saia e possa me fazer alguma coisa."
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...