Janot diz que foi armado ao STF com intenção de matar Gilmar Mendes; ministro sugere 'ajuda psiquiátrica' a ex-PGR
Ex-procurador-geral disse
que decidiu matar o ministro após Gilmar ter inventado história sobre sua
filha, mas desistiu por 'bom senso'. Ministro disse lamentar 'impulsos
homicidas' de Janot.
O ex-procurador-geral da
República Rodrigo Janot e o ministro do STF Gilmar Mendes — Foto: Fellipe
Sampaio/SCO/STF e Carlos Humberto/SCO/STF
O ex-procurador-geral da
República Rodrigo Janot afirmou em entrevista a jornais que, em um determinado
momento em que estava à frente da Procuradoria Geral da República, entrou
armado no Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar o ministro
Gilmar Mendes e se suicidar em seguida.
A revelação está em um livro
de memórias escrito por Janot – no livro, ele faz um relato do episódio, mas
não menciona o nome do ministro. Nesta quinta-feira (26), em entrevista aos
jornais "O Estado de S. Paulo" e "Folha de S.Paulo" e à
revista "Veja", o ex-PGR revelou que se tratava de Gilmar Mendes.
Em nota divulgada nesta
sexta-feira (27), Gilmar Mendes disse lamentar o fato de que "por um bom
tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa
ter impulsos homicidas". O ministro disse ainda que está
"surpreso" com a declaração de Janot, recomendou "ajuda
psiquiátrica" ao ex-PGR e chamou plano de Janot de "tentações
tresloucadas".
Segundo Janot, o episódio
ocorreu em 2017, depois que ele apresentou um pedido de suspeição de Gilmar
Mendes em um processo que tramitava no Supremo. Na ocasião, o então
procurador-geral pediu a suspeição do ministro em casos relacionados ao
empresário Eike Batista, porque a esposa dele – Guiomar Mendes – era sócia do
escritório que defendia o empresário.

"Ele inventou uma
história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava
Jato. Minha filha nunca advogou na área penal. E aí eu saí do sério",
disse Janot a "O Estado de S.Paulo".
Ele afirmou que após o
episódio foi tomado por uma "ira cega" e decidiu matar o ministro. A
intenção, segundo o relato, era atirar em Gilmar Mendes, antes do início de uma
sessão do Supremo.
"Num dos momentos de
dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito
pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em
meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com
minha filha", diz Janot no livro, de acordo com a "Folha de S.Paulo".
Nas entrevistas, Rodrigo
Janot afirmou que o plano era se suicidar logo depois de atirar no ministro.
O ex-procurador-geral da
República afirmou que só não concretizou o plano porque, no momento, a
"mão invisível do bom senso" não permitiu.
Quatro meses depois, Janot
deixou o comando da PGR após quatro anos de mandato. A gestão de Janot no
comando do Ministério Público Federal foi marcada pela maior investigação já
realizada pelo órgão contra a corrupção.
Sob a condução de Janot e
uma equipe de dez investigadores, a Operação Lava Jato levou à abertura de
centenas de investigações de políticos e empresários.
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