Índice é 34% menor que a
média para setembro. A situação pode acarretar na mortandade de peixes e no
aumento da poluição do rio, de acordo com Instituto Beira Rio.
Pedras tomam conta do Rio Piracicaba com baixa do nível
nesta terça (17 de setembro) — Foto: Edijan Del Santo/EPTV
O nível do Rio Piracicaba
baixou para menos de um metro na manhã desta terça-feira (17), chegando a 95
centímetros. Os dados são do Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado
de São Paulo (Daae), e mostram que o índice é 34% menor que a média para
setembro, que é de 1,44 metro. A situação pode acarretar na mortandade de
peixes e no aumento da poluição do rio, segundo o presidente do Instituto Beira
Rio, Luiz Fernando Magossi.
"É muito preocupante.
Essa baixa vazão pode acarretar em um monte de coisa. O aumento da concentração
da poluição, a mortandade de peixes. Na hora que começar a chover, pode mexer
no fundo do rio e matar mais peixes ainda", diz.
"Estamos em um período
de estiagem, e no caso de chuvas fortes, se remover esse lodo que está parado
no fundo do rio e retirar oxigênio da água, pode ser que ocorra a mortandade de
peixes", reitera o secretário-executivo da Defesa Civil de Piracicaba,
Odair Mello.
"O ideal é que a vazão
esteja em 35 metros cúbicos por segundo. Agora, está torno de 17, 18 metros
cúbicos por segundo. Nós temos que brigar para que mantenha-se o nível no rio
para poder garantir a vida aquática", afirma Magossi.
Nível preocupante
Com o nível tão baixo, alguns
pontos do rio se transformaram em um cenário de pedras, como no salto do
Piracicaba. Nesta manhã, quase não havia água no manancial, com muitas pedras
aparentes.
A situação se aproxima da
registrada em 2014, quando a estiagem prolongada causou prejuízos no sudeste. À
época, o nível do rio era de 93 centímetros e foi registrada a pior crise
hídrica no estado. Em Piracicaba, houve mortandade de milhares de peixes com a
baixa do rio.
Durante anos, o Instituto
Beira Rio realizou um trabalho de soltura de peixes no Rio Piracicaba para
manter o rio o mais vivo possível. Com essa situação, o presidente do instituo
teme que todo o trabalho seja perdido. "Tudo isso pode vir por água abaixo
se a vazão continuar desse jeito", conta.
Magossi explica ainda que hoje,
a queda de vazão do rio acontece em uma velocidade ainda mais acelerada do que
há cerca de 10 anos.
"Desde a crise hídrica,
vem piorando a cada ano que passa. Antigamente, para abaixar 1 metro cubico por
segundo demorava até quatro, cinco dias. Sexta passada ele abaixou 11 metros
cúbicos em sete horas. E nós não sabemos explicar o motivo", relata.
Apesar do período de
estiagem que atravessa a cidade, os especialistas explicam que a quantidade de
chuvas registradas no começo do ano seria suficiente para manter o nível do
rio.
"É importante que os
municípios sejam produtores de água. Não só Piracicaba, mas que se preocupem
com seus rios, córregos. Procurar reflorestar e preservar essas áreas. A
nascente bem preservada, um manancial bem preservado, mesmo em época de
estiagem, pode correr água", diz Mello.
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