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“Dos sonhos às estradas”: conchalense Decão segue rumo ao extremo norte e compartilha momentos da nova jornada; veja fotos

O conchalense Decão, conhecido por suas aventuras sobre duas rodas, voltou a pegar a estrada — desta vez rumo ao extremo norte do Brasil e além das fronteiras. Depois de cruzar a lendária Transamazônica, ele agora desbrava novos horizontes em uma expedição que promete mais de 15 mil quilômetros de desafios, atravessando estados, biomas e culturas diferentes.

A nova viagem marca o cumprimento de um antigo propósito pessoal: conhecer todos os estados do país. Faltam dois estados brasileiros para eu conhecer. Um deles é o Amapá. E eu não vou parar até pisar no Oiapoque”, disse Decão em entrevista anterior ao Jornal F5.


Mas, diferentemente das aventuras passadas, esta jornada não é apenas um destino no mapa. É também um reencontro com as raízes, com a memória afetiva e com o sentido de liberdade que move cada motociclista.

Primeira semana na estrada: Cerrado, lembranças e novos encontros

Em contato com o Jornal F5 direto da estrada, Decão relatou as primeiras impressões da viagem, que já soma dias de calor intenso, longas distâncias e descobertas.

“Atravessei as fronteiras de São Paulo com Minas, depois de Minas com Goiás. Fiz uma parada para conhecer o Cerrado Goiano, com suas belezas naturais”, contou. Entre os pontos visitados, ele destacou o Parque Estadual da Serra de Caldas, em Caldas Novas, conhecido por suas cachoeiras e pela diversidade da fauna e flora locais.


Durante o trajeto, Decão registrou momentos únicos — desde um pé de pequi carregado, símbolo do Cerrado, até a visita a cidades marcadas por memórias de conchalenses.

“Em São Luís do Norte morava o João Moreno, irmão mais velho do Tonhão Moreno, pai do Fabinho do bar ‘A Venda’. Quando vi a placa da cidade, veio uma lembrança boa da época em que eu os visitava”, disse o motociclista.

Ele também se impressionou com o trabalho do Exército Brasileiro nas rodovias goianas.


“É bonito ver o pessoal fardado, cuidando das estradas. O exército tem um papel importante ali, mantendo as vias em boas condições”, relatou.

Do Goiás ao Tocantins: transição de biomas e resistência na estrada

Ao atravessar a divisa de Goiás com o Tocantins, Decão notou a transição de paisagens — a vegetação densa do cerrado cedendo espaço a novos biomas.

“O cenário começa a mudar. A gente vê mais campos abertos e muitas emas na beira da estrada, se alimentando dos grãos que sobram das colheitas de soja e milho”, contou, descrevendo as cenas típicas das rodovias do Centro-Oeste.

No Tocantins, o motociclista dormiu em pequenas cidades e parou em trevos para registrar fotos — lembranças que transformam cada quilômetro em uma história.


“Aqui os lugares são longe, é estrada o tempo todo. Às vezes a gente passa horas sem cruzar ninguém, só com o vento, o sol e a moto”, disse, em tom sereno e reflexivo.

Mesmo com o calor intenso e a distância entre os pontos de parada, ele não perde o bom humor. “Eu pedi pra um amigo fazer um suporte pra levar um litro e meio de água debaixo do baú da moto. Foi o que me salvou em alguns trechos”, contou entre risadas.

Durante o percurso, Decão também experimentou frutas típicas do Cerrado, como o pequi, o cacau nativo e o cajá, que ele descreveu como “uma mistura de suco de laranja com caju, bem refrescante”.

Mais que uma viagem: um reencontro com o próprio tempo

A cada relato, é possível perceber que as expedições de Decão vão muito além do turismo de aventura. Elas são também um ato de autoconhecimento e superação.

Em entrevista anterior ao F5, ele já havia contado que a pandemia foi um divisor de águas. “Depois do que passei na Covid, decidi tirar 30 dias de férias por ano para realizar esse sonho. Trabalhei 32 anos sem parar. Hoje, viajo por mim, pela minha história, pela minha paixão”, afirmou.


Com sua Suzuki V-Strom 800, uma moto robusta feita para longas distâncias, ele enfrenta chuva, poeira e isolamento. “A moto me leva a lugares, mas também a sentimentos que só quem pilota entende. Eu já chorei debaixo do capacete muitas vezes”, confidenciou.

Rumo ao Norte e além das fronteiras

A rota segue agora em direção ao Maranhão, Pará e Amapá, até alcançar o Oiapoque, ponto extremo do território brasileiro. De lá, o plano é cruzar para a Guiana Francesa, seguir para o Suriname, Guiana Inglesa e Venezuela, chegando ao Caribe, em Cayo de Agua, no arquipélago de Los Roques.


O retorno será igualmente desafiador: passará por Manaus, com visita ao Teatro Amazonas, ao Museu da Amazônia (MUSA) e ao Encontro das Águas, depois pela BR-319, conhecida como “rodovia fantasma”, e seguirá até o Pantanal, entre Poconé, Porto Jofre e Cáceres, no Rio Paraguai.

Sem internet em boa parte do trajeto, ele viaja com rastreador via satélite, ferramentas e bomba de ar. Cada detalhe é pensado para garantir segurança e autonomia.

Entre a poeira e a alma: o verdadeiro sentido de ser motociclista

Para Decão, o motociclismo é mais que um estilo de vida — é uma filosofia.

“Motociclista é atitude. É respeito, irmandade e igualdade”, costuma dizer. Ele diferencia o espírito do motociclista do comportamento imprudente de quem apenas busca velocidade. “Tem gente que confunde aventura com irresponsabilidade. A estrada exige respeito.”

Entre paisagens e lembranças, o conchalense leva o nome da cidade a cada parada, compartilhando nas redes os registros que inspiram outros apaixonados por estrada.

“A gente sente o cheiro, o clima, o vento na cara. Às vezes vem a lembrança de alguém que você ama e não vê há anos. Já chorei muito pilotando”, disse, resumindo o sentimento que o move.

Um sonho em movimento

Mais que um viajante, Decão é um contador de histórias que troca as páginas por estradas. Sua jornada inspira pela simplicidade e pela coragem de quem decidiu não adiar os sonhos.

“Se você tem um sonho, não deixa só na cabeça. Risca no papel e vá atrás. Um dia, ele vira realidade”, afirma.

Enquanto segue viagem rumo ao Norte, o conchalense carrega na bagagem não apenas ferramentas e lembranças, mas o orgulho de representar sua cidade em cada curva.

E, de algum ponto da estrada, sob o sol do Cerrado ou sob as nuvens da Amazônia, ele envia suas mensagens curtas, sinceras — pequenas janelas abertas para um grande sonho em andamento.

📍 Acompanhe a trajetória de Decão nas redes do Jornal F5, que continuará publicando atualizações e registros exclusivos da expedição rumo ao extremo norte do Brasil e ao Caribe 🛣

Reportagem: Gean Mendes – Jornal F5

Fotos (abaixo) e informações: Decão














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