Mandados de busca e
apreensão são cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
A Polícia Federal deflagrou
na manhã desta quarta-feira, 23, a 67ª fase da Operação Lava Jato, contra o
grupo ítalo-argentino Techint e suas subsidiárias brasileiras por fraude a
licitações da Petrobras. A 13ª Vara Federal de Curitiba autorizou o cumprimento
de 23 mandados de busca e apreensão em três estados (SP, RJ e PR) e determinou
o bloqueio de 1,7 bilhão de reais em ativos financeiros dos suspeitos
O Grupo Techint é acusado de
integrar um cartel de nove empresas, chamado “O Clube”, suspeito de fraudar licitações
para grandes obras da estatal. As outras empresas suspeitas são a Odebrecht,
Camargo Correa, UTC, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Setal-SOG, Promon e MPE.
Também são investigados, por
corrupção, ex-funcionários da estatal beneficiários de propinas e, por lavagem
de dinheiro, seus intermediários, incluindo duas empresas de consultoria. Os
policiais federais suspeitam que a empresa pagou 2% do valor de cada contrato
firmado com a petroleira em propinas, gerando 60 milhões de reais em pagamentos
indevidos.
De acordo com o Ministério
Público Federal, foram identificados elementos característicos de cartel em
favor da empreiteira em dois contratos vencidos em consórcio com a Andrade
Gutierrez (em 2007, na Refinaria na Refinaria Landulpho Alves na Bahia; e 2010,
no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e a Odebrecht (na construção em
2009 do Gasduc III, no RJ).
O MPF afirma que somente
esses três contratos somaram mais de 3,3 bilhões de reais. Para dar aparência
lícita a pagamentos indevidos, a Techint é suspeita de repassar valores via
empresas offshores a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras mediante contratos
fraudulentos de consultoria.
Ainda segundo o MPF, com o
consentimento de sua alta administração, a empresa pagou 12 milhões de dólares
entre 2008 e 2013 a Rendo Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras como
contrapartida à contratação da Confab Industrial (uma subsidiária do grupo)
para fornecer tubos para a estatal.
Os procuradores afirmam que
a apuração é corroborada, além do depoimento de colaboradores, a data das
assinaturas dos contratos fraudulentos, as viagens dos envolvidos e 352
ligações telefônicas entre 27 de outubro de 2011 e 15 de julho de 2013.
A operação desta quarta foi
denominada Tango & Cash, referência à origem ítalo-argentina da
empreiteira. Atendendo a pedido de assistência jurídica da Itália, a 13ª Vara
Federal de Curitiba deferiu ainda o compartilhamento de provas com as
autoridades daquele país.
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