Entre as novas normas, está
a que fixa a idade mínima e as regras de transição para trabalhador em
atividade; previsão é de economia aos cofres públicos de R$ 800 bilhões em 10
anos.
O Congresso promulgou nesta
terça-feira (12) a reforma da Previdência, quase nove meses após o governo
federal entregar a proposta ao Legislativo. As novas regras para a
aposentadoria passam a valer assim que forem publicadas no "Diário Oficial
da União", com exceção das mudanças na alíquotas, que têm um prazo de 90
dias para entrarem em vigor.
Entre as mudanças propostas
na reforma, estão a fixação de idade mínima para se aposentar (65 anos para
homens e 62 anos para mulheres); regras de transição para o trabalhador ativo;
e a média de todos os salários recebidos para o cálculo do benefício.
Participaram da sessão que
promulgou a emenda os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de líderes e os relatores da reforma na
Câmara – deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) e no Senado – senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE). O presidente Jair Bolsonaro não compareceu à sessão.
Durante discurso na
cerimônia de promulgação da emenda, Rodrigo Maia ressaltou que o sistema
previdenciário vigente "beneficia ricos e prejudica pobres" e que o
Congresso reduziu "desigualdades" ao votar a reforma.
"No Brasil de hoje o
sistema previdenciário beneficia os ricos e prejudica os pobres (...) Mesmo não
tendo avançado em tudo que nós precisaríamos, até porque vivemos em um sistema
democrático graças a Deus, nós reduzimos desigualdades quando votamos a reforma
da Previdência. Porque aqueles que vão pagar mais são exatamente aqueles que
estão no andar de cima e não no andar de baixo", afirmou Maia.
Economia
A previsão é a de que as
mudanças gerem uma economia de R$ 800 bilhões em 10 anos para a União. A
proposta inicial do governo previa economia de R$ 1,2 trilhão neste período,
porém, o Congresso fez mudanças que acabaram desidratando o texto – como a
manutenção do Benefício da Prestação Continuada (BPC) como é atualmente.
O texto foi aprovado na
Câmara em agosto, e seguiu para o Senado, onde a votação foi concluída no dia
23 de outubro.
PEC paralela
No Senado, a proposta de
reforma da Previdência teve relatoria do senador Tasso Jereissati, que decidiu
fazer mudanças de mérito (isto é, de conteúdo) no texto por meio de uma
proposta em separado, que ficou conhecida como PEC paralela.
Essa foi uma estratégia do
relator para fazer mudanças no sistema previdenciário sem que a PEC original
precisasse retornar à Câmara dos Deputados, o que atrasaria sua tramitação e
consequente promulgação.
A PEC paralela inclui, por
exemplo, a permissão de estados e municípios serem incluídos no regime da
União, caso aprovem uma lei ordinária. A previsão é de que isso gere uma
economia de cerca de R$ 350 bilhões aos entes federativos em 10 anos.
O texto-base da matéria já
foi aprovado em primeiro turno no Senado e os parlamentares devem analisar,
também nesta terça-feira (12), os destaques (votações em separado que podem
mudar o conteúdo da matéria).
Além disso, a proposta
estabelece uma cobrança gradual de contribuições previdenciárias do setor do
agronegócio exportador e cobranças no sistema Simples, destinadas a incentivar
micro e pequenas empresas a investirem em prevenção de acidentes de trabalho e proteção
do trabalhador contra exposição a agentes nocivos à saúde. A economia estimada
com as duas medidas é de R$ 95 bilhões em 10 anos.
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