Caso foi denunciado à Polícia Civil de Ribeirão Preto
(SP) após professora ver hematomas na adolescente. Irmão caçula também tem
lesões. Suspeito teve prisão preventiva decretada.
Por Beto Ribeiro Repórter
A adolescente que denunciou
a tortura praticada pelo pai apresenta 37 marcas de tiros disparados com armas
de pressão, segundo o Conselho Tutelar de Ribeirão Preto (SP). O irmão dela, de
9 anos, também apresenta dez lesões da mesma natureza.
O caso foi denunciado nesta
segunda-feira (11) pelo Conselho Tutelar à Polícia Civil. Segundo o boletim de
ocorrência, os irmãos eram punidos por não cumprirem tarefas domésticas.
“Embora a gente tenha o
hábito, o costume de ver tanta barbaridade, foi surpreendente. Não só as lesões
físicas, mas imagine o estrago psicológico que fica. As crianças vão levar isso
para o resto da vida”, diz a conselheira tutelar Carmen Theodoro Gaspar.
O pai do casal, um montador
de 34 anos, teve a prisão preventiva decretada nesta terça-feira (12) pela
Justiça. Ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão
Preto.
Segundo a Polícia Civil, a
mãe das crianças também será investigada.
Filhos como alvo
De acordo com a conselheira
tutelar, as agressões foram descobertas depois que uma professora percebeu as
marcas no corpo da adolescente, de 15 anos. Segundo ela, a menina tentava
esconder os hematomas. A diretora da escola acionou o Conselho Tutelar.
Os pais foram chamados e o
filho menor do casal foi levado ao escritório do órgão, onde foi constatado que
ele também tinha ferimentos.
A família foi encaminhada à
Central de Polícia Judiciária no início da noite de segunda-feira. Na
delegacia, o suspeito afirmou que usou armas de pressão para castigar as
crianças, que teriam se recusado a cumprir tarefas de casa.
Ainda segundo relato do pai
à polícia, a arma estava no modo rajada, motivo pelo qual foram disparadas
várias bolinhas. Apesar de afirmar que os disparos ocorreram uma única vez, há
lesões mais antigas no corpo das crianças, de acordo com a polícia.
Foram apreendidos dois
rifles de airsoft e 18 bolinhas usadas como munição.
Comportamento agressivo
Segundo Carmen, a menina
disse que o pai sempre foi violento com eles, chegando a agredi-los com tapas e
socos. “Pelo jeito que elas contam, ele achava que estava fazendo uma correção,
estava educando. Nesse caso era porque eles não tinham arrumado o guarda-roupa.
Então, ele cometeu essa atrocidade.”
À polícia, a mãe afirmou que
não denunciou o marido por medo. Segundo a técnica de enfermagem, o companheiro
é agressivo e ela chegou a apanhar muitas vezes, mas temia perder a guarda do
filho mais novo, que é adotado.
O Conselho Tutelar informou
que as crianças ficarão sob a guarda do avô materno por pelo menos dez dias. No
boletim de ocorrência consta que elas ficaram aliviadas ao saber que não teriam
que voltar para casa.
“É uma medida protetiva. Vão
ficar com eles até que uma equipe técnica analise o contexto familiar e avalie
o que vai ser melhor para eles.”
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