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Justiça de SP decreta prisão de sobrevivente de grupo que tomou bebida supostamente envenenada


Decisão determinou a prisão temporária devido as suspeitas do envolvimento de Vinicius Salles no caso, aos depoimentos contraditórios que o sobrevivente apresentou nesta terça (19) e pelo fato dele não ter residência fixa.





A Justiça de São Paulo decretou nesta terça-feira (19) a prisão temporária do sobrevivente do grupo que tomou uma bebida supostamente envenenada em Barueri, na Grande São Paulo, no sábado (16). Quatro pessoas morreram e outras três estão internadas. Vinicius Salles está sendo investigado por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado.

O pedido de prisão foi motivado pelos depoimentos contraditórios prestados pelo suspeito, pelos indícios de que ele pode estar envolvido no envenenamento que deu causa a morte das vítimas e o fato dele não ter residência fixa, por ser morador de rua. A prisão possui prazo de 30 dias.

"Por todas as circunstâncias, há fundadas suspeitas de suposta participação do averiguado Vinicius no delito, sendo necessária a decretação da sua prisão temporária para a conclusão das investigações, sendo que, em liberdade, ele poderá colocar em risco a conclusão do inquérito, pois não será mais encontrado", diz a decisão.

Vinicius deixou o hospital na noite desta terça-feira (19) e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para fazer um exame de corpo e delito. Mais cedo, ele prestou novo depoimento à Polícia Civil e mudou sua versão sobre o que aconteceu.

No depoimento anterior, Vinícius havia dito que na sexta-feira (15) desconhecidos deram a ele uma garrafa de bebida alcoólica quando estava na Cracolândia, na região Central de São Paulo. Ele teria saído de lá caminhando até o Centro de Barueri, um trajeto de 27 quilômetros. Ele declarou que levou a garrafa em uma mochila e não mexeu nela. Falou também que dormiu em um albergue até a manhã de sábado (16), quando às 7h30 levou a garrafa até a praça e deu a bebida aos colegas.

Segundo a advogada de Vinícius, ele afirmou nesta terça-feira à polícia que a garrafa não foi dada a ele por outra pessoa na Cracolândia. Ele teria encontrado o recipiente lacrado em uma rua de Barueri e levado escondido para o albergue. Disse que foi o primeiro a dar um gole e depois passou para os outros.

Ainda de acordo com sua advogada, ele está sendo medicado e está confuso.

Contradição

O SP2 esteve no albergue na segunda-feira (18) e descobriu uma contradição. O diretor não gravou entrevista, mas disse que Vinícius costuma dormir na casa. Mas, não passou por lá na sexta-feira. A informação será analisada pela polícia. A garrafa com o líquido que matou quatro pessoas foi recolhida no sábado pela perícia.

Segundo a polícia, o conteúdo original da cachaça, vendida no mesmo tipo de garrafa é transparente. A bebida que estava dentro é amarelada. Os peritos separaram amostras e vão tentar descobrir no laboratório se a bebida foi envenenada ou se recebeu a mistura de algum produto químico capaz de matar em menos de dez minutos.

A Procuradoria-geral de Justiça de São Paulo vai designar um membro do Ministério Público Estadual (MPE) para acompanhar a investigação.

O caso

Na manhã de sábado (16), as vítimas estavam numa praça de Barueri, na Avenida Campos Salles, quando ingeriram o líquido de uma garrafa de bebida alcoólica. Pelo menos seis pessoas do grupo viviam em situação de rua.

Quatro homens morreram logo após a ingestão da bebida na manhã de sábado. Os corpos foram localizados na Praça da Bandeira.

Cinco pessoas, sendo uma mulher e quatro homens, estão internadas num hospital municipal com sintomas de intoxicação (pupilas dilatadas, tremores no corpo e taquicardia). Uma das vítimas ainda tem um ferimento na cabeça. O estado de saúde delas é considerado regular e estável.

Todos os sobreviventes teriam dito à Polícia Civil que a bebida estava lacrada mas o líquido que sobrou nela é bem amarelado, diferente do original que é transparente.

A polícia analisou as imagens de câmeras que mostram o local onde eles passaram mal e acredita que a bebida não foi mesmo adquirida ali.

Hipóteses investigadas

1.   Vingança - Uma das hipóteses investigadas pela Polícia é a de que comerciantes poderiam ter dado uma garrafa com bebida envenenada para o grupo que mora nas ruas por vingança. Há relatos de que comerciantes e vítimas teriam discutido antes pelo fato de elas ocuparem a região, atrapalhando o comércio.

2.   Barueri - Outra hipótese vem de uma testemunha. Ela contou à TV Globo que a bebida foi entregue ao grupo em Barueri por pessoas que estavam num carro. A investigação solicitou as gravações de câmeras de segurança para tentar identificar quem levou a garrafa com a bebida às pessoas que estavam na praça. Até esta segunda-feira a polícia não identificou nenhum suspeito nas imagens.

3.   Fatalidade - Na hipótese de ter sido uma fatalidade, as vítimas teriam misturado medicamentos com entorpecentes e álcool e tido uma espécie de overdose. Não está descartada ainda a possibilidade de que o grupo tenha consumido álcool adulterado e se intoxicado.



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