Quatro morreram e quatro
passaram mal no sábado (16) em Barueri ao ingerir líquido. Advogada de
sobrevivente suspeito preso alega inocência.
Conteúdo: ‘G1’
A perícia da Polícia Técnico
Científica apontou que tinha mistura de álcool e cocaína na bebida ingerida no
último sábado (16) por um grupo de moradores de rua em Barueri, na Grande São
Paulo. O laudo ficou pronto nesta sexta-feira (22).
Se consumida em grande
quantidade, a cocaína poderia provocar uma overdose e matar.
"Com relação a análise
da bebida, o IC nos disse que foram encontradas doses cavalares de cocaína,
além do álcool etílico, não é álcool de limpeza, que teria em tese etanol, o
que não foi detectado na análise", disse o delegado Anderson Giampaoli,
titular da Delegacia de Barueri.
"Eles tinham o hábito
de beber pinga. Segundo o IC foi encontrado 51 mg [de cocaína] por mililitro de
álcool. É mortal, porque a literatura médica afirma que um ser humano comum,
adulto, que não seja viciado, a dose letal seria de 1,2 g. Se dividirmos o que
sobrou da bebida e calculando o que foi ingerido daria 1,5 g de cocaína. O
álcool potencializa o efeito", disse
"Nós continuamos
investigando, não descartamos nenhuma hipótese, podemos estar diante da
possibilidade de alguém ter colocado cocaína na bebida, ou estarmos diante de
uma cocaína líquida ou alguém ter perdido a droga", disse o delegado.
Giampaoli afirmou que
investiga se foi um crime premeditado ou uma situação acidental. "Porque
usar uma cocaína líquida, que é cara, e não usar um veneno que é mais barato?
Isso nós vamos responder na investigação. O Vinícius insiste em dizer que
encontrou a garrafa. Ele vai continuar preso temporariamente por 30 dias,
porque a polícia não acredita que tenha qualquer requisito para que ele fique
em liberdade."
Quatro pessoas morreram e
outras quatro passaram mal e chegaram a ficar internadas até quarta-feira (20)
após ingerirem a bebida.
O Instituto Médico Legal
(IML) vai informar a causa das mortes. Com os exames, a investigação policial
poderá elucidar as causas e eventuais responsabilidades pelo ocorrido.
"O laudo necroscópico
do Marlon, que foi uma das vítimas, apresentou 4 gramas de álcool por mililitro
de sangue, o que nós sabemos ser uma quantidade absurda. Isso correspondente a
16 doses de 40 ml de aguardente. O toxicológico aponta cocaína, mas não aponta
a quantidade de cocaína no sangue, mas havia uma grande quantidade de cocaína no
sangue dele, o que nos podemos afirmar que foi uma overdose", disse o
delegado.
Suspeito preso
Um dos sobreviventes que
tomou a bebida, Vinícius Salles Cardoso, de 31 anos, está preso desde
terça-feira (19), quando recebeu alta médica e deixou o hospital onde também
estava internado com os demais moradores de rua.
A pedido da polícia,
Vinícius está preso temporariamente por decisão da Justiça por suspeita de ter
envolvimento nas mortes. Segundo a investigação, ele confessou que foi o
responsável por levar a garrafa com o líquido ao grupo e oferecer a bebida as
pessoas.
Câmeras de segurança
gravaram o momento em que os moradores de rua passam mal após tomarem a bebida
na Praça da Bandeira, na Avenida Campos Salles, em Barueri (veja vídeo abaixo).
Segundo testemunhas, parte do grupo era conhecida por ser usuária de drogas e
álcool.
Defesa alega inocência
Para Patrícia Carvalho,
advogada de Vinícius, seu cliente é inocente e somente mais uma vítima da
bebida.
“Eu confio na inocência do
meu cliente. Não sei o que aconteceu. Estou sendo bastante franca com vocês,
muito sincera. Não sei o que aconteceu. Não sei se realmente essa história de
que ele achou ou da primeira versão do carro, não sei o que é verdade",
falou Patrícia à imprensa. "Mas isso está sendo apurado. A Polícia está
trabalhando incansavelmente”
Vinícius está preso na
cadeia pública de Carapicuíba, também na Grande São Paulo, depois de dar três
versões diferentes para o caso.
Após dar três versões
diferentes para a polícia sobre como conseguiu a garrafa com a bebida, Vinicius
descartou a possibilidade de que tivesse recebido o vasilhame de um
desconhecido na Cracolândia, região central de São Paulo conhecida pelo consumo
e tráfico de drogas.
Essa havia sido a primeira
versão dada por ele à investigação. Depois, Vinícius falou que foi abordado por
um motorista em Barueri, que lhe entregou a garrafa e pediu para dar aos
moradores de rua.
Na terceira e última versão
que deu à polícia, Vinícius declarou que encontrou a garrafa lacrada numa
calçada de Barueri e resolveu dar a bebida ao grupo.
“Eu estive com o Vinícius na
cadeia pública de Carapicuíba e ele me contou a mesma versão que ele me contou
na delegacia. Ou seja, ele encontrou, me disse que encontrou a garrafa de
bebida na rua, em uma rua aqui em Barueri”, afirmou a advogada dele.
“E quando ele olhou, ele viu
que era uma ‘bebida cítrica’, tá, isso são palavras dele: que era uma ‘bebida
cítrica’. Colocou na mochila e deixou a garrafa ali. Ele se lembra que dormiu
no albergue, e ao acordar, ao sair do albergue com uma mochila e uma sacola,
ele se dirigiu até esse local perto da Praça das Bandeiras, onde ocorreu toda
essa fatalidade”, disse Patrícia.
O Ministério Público (MP)
acompanha a investigação.
Além disso, a polícia
investiga o que tinha em outra garrafa deixada na Praça da Bandeira, em
Barueri, 13 horas antes de o grupo morrer após ingerir a bebida.
Um vídeo mostra um jovem
deixando uma garrafa sobre uma lixeira em uma praça às 19h30 da última
sexta-feira (15) (veja acima). Segundo a polícia, a praça era o caminho que
Vinicius, preso por suspeita de oferecer a bebida ao grupo, fazia todos os
dias.
A polícia ouviu o homem que
aparece no vídeo e ele disse que só tinha água na garrafa.
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