Especialista alerta para os
riscos do plástico para a natureza e para a saúde do animal e do ser humano.
Por G1 Santos
Um casal de turistas
encontrou uma embalagem de salgadinho, que exibia uma data de validade de 2001,
enquanto faziam uma trilha em Cananéia, no litoral de São Paulo. Em entrevista
ao portal G1 nesta terça-feira (19), o professor Paulo Roberto Baldacim Junior, de 24
anos, relatou que estava com a namorada a passeio na cidade quando achou o
objeto entre o encontro do mar com o mangue.
"Estava há uns cinco
metros do mar. De início, eu achei incrível, já que adorava esse salgadinho
exatamente nessa época, quando eu era criança, mas então me lembrei que isso já
faz quase duas décadas e, infelizmente, aquele objeto não tinha se
decomposto", conta.
De acordo com o jovem, ele
resolveu postar o ocorrido nas redes sociais como forma de conscientização e
informação aos amigos, já que muitos colegas são especialistas ambientais. A
postagem teve grande repercussão, rendendo milhares de compartilhamentos em
poucas horas.
"Atrás tinha a data de
validade, que estava um pouco apagada. Só conseguia ver o dia, o mês, e um
pouco da parte inferior da embalagem, o que me fez pensar se era de 2001 ou
2007, porém uma rápida busca na internet me mostrou que aquela embalagem era
comum em 2000, e em 2007 já havia mudado o design", relata.
Na postagem, ele destacou
que a embalagem deveria estar há praticamente 20 anos no mar. "Por algum
motivo - negligência ou esquecimento - a embalagem que fora usada em seu
consumo final por menos de dez minutos foi deixada na praia, então engolida
pela maré alta e esquecida como uma ruína da civilização ocidental, ruína essa
que demorará décadas para degradar (sic)", escreveu.
Para ele, o ocorrido
demonstra a importância da conscientização com relação a preservação ambiental
e ao descarte adequado do lixo. "Minha namorada tem um projeto incrível
sobre produção de bioplástico, o que nos fez ver mais ainda como precisamos de
alternativas sustentáveis", destaca.
Segundo Cristiane Sampaio,
professora de Química da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), o
plástico leva de 100 a 400 anos para se decompor. "Poderíamos encontrar
essa mesma embalagem lá daqui 100 anos. Temos também o problema do micro
plástico, já que esse material vai se 'quebrando' no mar, devido ao sal e ao
sol, e é ingerido pelo animal. Como existe uma cadeia alimentar, desse animal
que come o material, que pode ser um peixe, por exemplo, o plástico também vai
para o organismo humano".
De acordo com a
especialista, o plástico representa um risco ao planeta. "O plástico é um
grande inimigo, causa muito mal a vida. Tanto que há uma estimativa que, se permanecer
do jeito que está, vai chegar um tempo em que terá mais lixo no mar do que
animais marinhos", finaliza.
A PepsiCo, fabricante do
salgadinho, disse que reconhece o seu importante papel na promoção de um ciclo
sustentável na produção, uso e descarte do plástico, e tem trabalhado para
tornar a sustentabilidade desse material uma realidade. A empresa tem o
compromisso público de tornar 100% de suas embalagens recicláveis, compostáveis
ou biodegradáveis até 2025. Esse percentual está em 89% atualmente.
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