Vídeo - Câmera de segurança registra agressão de policiais a dois jovens durante abordagem em Pelotas
Inquérito policial militar vai investigar a conduta de
PMs. Eles foram afastados do policiamento ostensivo e devem prestar depoimento
nesta segunda-feira (2).
Jovens são agredidos por policiais militares, em Pelotas. — Foto: Reprodução/Câmeras de segurança
Por G1 RS e RBS TV
A Brigada Militar abriu
inquérito para investigar a conduta de dois policiais durante uma abordagem a
dois jovens, na tarde de sexta-feira (29), em Pelotas, no Sul do estado. As
imagens registradas por uma câmera de segurança de uma residência mostram o
momento em que a viatura da BM para a moto e os jovens descem. Na sequência,
eles são agredidos por chutes e socos pelos policiais armados. (veja imagens abaixo)
Os jovens, ambos de 18 anos,
não reagem. Eles colocam as mãos para cima e obedecem os policiais que analisam
as identidades de cada um. Depois disso, são liberados.
A Brigada Militar abriu
inquérito para investigar a conduta de dois policiais durante uma abordagem a
dois jovens, na tarde de sexta-feira (29), em Pelotas, no Sul do estado. As
imagens registradas por uma câmera de segurança de uma residência mostram o
momento em que a viatura da BM para a moto e os jovens descem. Na sequência,
eles são agredidos por chutes e socos pelos policiais armados. (veja imagens
acima)
Os jovens, ambos de 18 anos,
não reagem. Eles colocam as mãos para cima e obedecem os policiais que analisam
as identidades de cada um. Depois disso, são liberados.
Um dos jovens agredidos, que
não quer ser identificado, contou ao G1 que havia buscado o colega em casa para
que os dois estudassem, quando ouviu uma sirene e parou.
"Estavam me seguindo
desde a Rua Baronesa. Bateram na moto e eu parei. Eu encostei, daí aconteceu
tudo aquilo [que aparece] no vídeo. Quando eu tirei o capacete, gritava para
eles: 'Sou trabalhador, não sou vagabundo'. Só gritei porque sabia que eles iam
me bater, pelo jeito que eles desceram do carro, com arma em punho. Eles não
deram bola. Olharam tudo, estava tudo 'ok', não tenho ficha, nem nada, daí
decidiram nos liberar. E falaram que se eu denunciasse, eles iam me
pegar", disse o jovem.
Ele também relatou que ficou
com um corte na cabela e que, após a abordagem, a viatura da BM os seguiu até a
casa dele.
Na manhã desta segunda-feira
(2), o jovem passou por exame de corpo de delito e registrou um boletim de
ocorrência na Polícia Civil. No documento, informou à polícia que não possui
Carteira Nacional de Habilitação.
O comandante da Brigada
Militar em Pelotas, o tenente-coronel Márcio Faccin, afirmou que os dois
policiais foram afastados do policiamento ostensivo na manhã desta segunda. Os
PMs ainda serão ouvidos.
"Reconhecemos, pelas
imagens, como sendo uma viatura da Brigada Militar e instauramos inquérito
Policial Militar para investigar. Tomamos conhecimento destas imagens ontem à
tarde [domingo] e já iniciamos as providências. Estes detalhes serão apurados
no âmbito das investigações realizadas. Vamos apurar e desde já lamentamos e
repudiamos a forma totalmente descabida que se deu a abordagem",
esclareceu.
O prazo para conclusão do
inquérito é de 40 dias.
'Abordagem desproporcional, abusiva'
Um homem que mora na região
contou que os vizinhos presenciaram a cena da abordagem.
"Haviam diversas
pessoas, uma rua de grande movimento, por volta da 13h54, quando nós notamos
que vinha em deslocamento uma viatura em alta velocidade, dando ordem de parada,
a dois motoqueiros que logo e espontaneamente fizeram", afirma o advogado
Thales Nizolli.
Logo se percebeu que
violentamente o condutor rendido foi agredido no rosto, nesse momento, já se
percebeu que era uma abordagem desproporcional, abusiva pela forma como foram
atingidos os dois rapazes, a todo momento, a socos, chutes, gritos. Houve
ameaça também. Isso foi flagrado por todos os vizinhos, a luz do dia",
acrescenta.
O morador contou ainda que
os policiais tentaram intimidar os jovens. "O policial tentava usar a sua
autoridade para impor o respeito", relata.
"Após as ocorrências,
após as agressões, se evidenciou que o policial tentou conversar, até os
vizinhos ficaram um pouco constrangidos com o que estava acontecendo, mas
depois tentou consertar, viram que não tinha nada de droga, de arma de fogo,
não havia antecedentes. Então, se iniciou uma conversa para tentar consertar a
situação. Mas, óbvio, aí os meninos já estavam bem machucados, causou um
tumulto", afirma o advogado.
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