A mulher relata que, em abril do ano passado, foi morar em Guarujá, no litoral paulista, com o ex-companheiro. Os dois se conheceram pela internet e após três meses passaram a viver juntos. Ela diz que ao chegar na cidade, passou a ser ameaçada por ele e era impedida de sair de casa. Então após alguns meses, voltou para sua cidade natal, no Estado do Mato Grosso do Sul.
"Mas chegando lá, ele me ameaçava, dizia que tinha vídeo íntimo nosso e iria divulgar, então resolvi voltar. Quando pensei que tudo iria ficar normal, ficou pior ainda, então não teve jeito, fiquei mais quatro meses e fui embora", conta.
Após o retorno, a vítima afirma que continuou a ser ameaçada devido aos vídeos e fotos íntimas, o que fez com que ela retornasse de novo para Guarujá. "Mas a tortura piorou, não podia trabalhar, sair de casa, era prisioneira. Depois acabei conseguindo um trabalho e me mudei. Por isso, ele colocou um vídeo íntimo meu em uma plataforma de vídeos, junto com o meu WhatsApp. Muitas pessoas ligaram perguntando se eu fazia programa. Mandou para pastora da igreja que eu frequentava fotos minhas, eu tenho todas as provas", diz. Os vídeos mostram o rosto da mulher e não identificam o ex-companheiro.
Em maio, a vítima já havia registrado boletim de ocorrência contra o autor, por violência doméstica, difamação e ameaça, na Delegacia de Defesa da Mulher de Guarujá. Nesta quinta-feira (16), ela registrou um novo boletim on-line, que ainda segue sob aprovação no site da Delegacia Eletrônica.
Na rede social pessoal do homem, ele postou fotos da ex-companheira e publicou textos a ofendendo e xingando. "Está sendo muito difícil, o que ele fez foi um dano irreversível. Ele mandou os vídeos íntimos também para as minhas filhas e até minha neta viu, porque estava jogando no celular na hora. Ele me liga todo dia me ameaçando de morte", afirma.
"Traição"
Procurado pelo G1, o ex-companheiro da vítima afirmou que agiu dessa forma, publicando a difamação nas redes sociais, porque descobriu que havia sido traído. De acordo com o homem, ele tinha a senha das redes sociais da vítima e encontrou troca de mensagens dela com outro rapaz.
Sobre a publicação dos vídeos e fotos íntimas, ele nega. "Mandei apenas para ela esse vídeo. Isso de compartilhar é mentira. Ela fala que traição não é virtual, é carnal, mas eu já acho ao contrário, acredito que seja carnal e virtual", diz.
A ex-companheira nega as traições. "Ele inventou isso para justificar o que fez. Não sei que prova que tem disso. Ele quebrava até todos os meus celulares", relata.
O G1 entrou em contato com a polícia para falar sobre o caso. Com o registro da ocorrência, nesta semana, as investigações devem começar e, caso seja comprovado que o homem divulgou os vídeos íntimos da parceira por conta de chantagem, o suspeito poderá responder criminalmente pelo ato.
*Com informações de G1.