O objetivo principal dos pesquisadores era entender como a questão do gênero interfere nesse dado. Foram analisados 2.459 cidadãos norte-americanos, sendo 50% deles mulheres e 50% homens. A conclusão foi a de que pessoas do sexo masculino tendem a desrespeitar por mais tempo as instruções de segurança dadas pelo governo porque o uso de equipamentos de proteção, como máscaras, pode representar um “sinal de fraqueza”, “não ser legal” e ser “vergonhoso”, na fala dos próprios participantes do estudo.
De acordo com os cientistas, “homens estão mais propensos a acreditar que eles não serão seriamente impactados pela doença”. O levantamento permite identificar sinais claros do machismo estrutural presentes na sociedade, como aquele que diz que as mulheres são o sexo frágil. Na cabeça dos caras, só o fato de eles serem homens já indica que são mais fortes por natureza e têm mais chances de sobreviver ao coronavírus. Não é verdade. Pesquisas realizadas no mundo todo mostram que mais homens morrem em decorrência da COVID-19 que mulheres, e esse é um padrão que se repete. Por exemplo, em 2017, um estudo publicado no Journal of Immunology mostra que a SARS fez mais vítimas fatais do sexo masculino que do feminino, quando a síndrome respiratória aguda grave se espalhou na China no início dos anos 2000.
Não existe uma justificativa científica para tais dados, e muitos médicos acreditam inclusive que a explicação é mais comportamental que biológica, como a professora Marcia Stefanick, que leciona em Stanford: “O que é biologia versus o que são normas e comportamentos sociais vão além da nossa capacidade de entender o que exatamente está acontecendo”, disse em entrevista ao The Wall Street Journal em abril. Ou seja, a masculinidade frágil de certos exemplares do sexo masculino são um prato cheio para o coronavírus – e acaba refletindo no aumento da curva de infectados.
Você já deve ter ouvido bastante que o machismo mata, né? Por ano, só no Brasil, uma mulher morre vítima de feminicídio a cada 7h. Agora, você tem um novo exemplo de como o machismo mata também homens – em tempos de pandemia, não todo santo dia.
*Com informações de MSN.
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