Facebook, Instagram e WhatsApp participam de curso do TSE sobre combate às fake news nas Eleições 2020 - Capacitação on-line aconteceu de 8 a 18 de setembro e reuniu servidores de todos os Tribunais Regionais Eleitorais do país
De 8 a 18 de setembro, servidores dos 27 Tribunais Regionais
Eleitorais (TREs) do país participaram de uma capacitação on-line sobre combate
às fake news nas Eleições Municipais de 2020. O curso, organizado pela
Assessoria de Comunicação do Tribunal Superior Eleitoral (Ascom/TSE), é fruto
de novo acordo de cooperação com as plataformas Facebook, Instagram e WhatsApp
com foco no pleito deste ano e que deve ser oficializado até o fim deste mês. O
Tribunal está firmando parcerias com todas as plataformas para o enfrentamento
de notícias falsas relacionadas ao processo eleitoral.
Durante os nove dias de treinamento, Rodrigo Ruf, Danielle de
Marco – ambos do time de Contencioso Cível e Eleitoral do Facebook – e o
diretor de Políticas Públicas para WhatsApp, Dario Durigan, apresentaram aos
participantes alguns dos recursos que podem auxiliar os Regionais na luta
contra a disseminação de notícias falsas na internet. Cada aula foi dividida em
três módulos principais, que trataram desde medidas de combate a abusos nas
plataformas e aspectos práticos do contencioso eleitoral até breves esclarecimentos
sobre propaganda eleitoral paga no Facebook e no Instagram.
Facebook e
Instagram
Primeiro expositor da rodada de palestras, Rodrigo Ruf, da
equipe do Facebook Brasil, ressaltou a grande relevância do site e também do
Instagram, duas redes sociais que começaram como uma forma de entretenimento e
hoje servem aos mais diversos fins, entre eles, à divulgação de campanhas de
candidatos e outros assuntos relacionados à política e às eleições.
Ele apresentou os padrões da comunidade do Facebook, um
documento com o qual todos devem concordar para poder se registrar na
plataforma. Nele, estão listados alguns comportamentos considerados
inapropriados pelos administradores da rede social, como uso de contas falsas,
discurso de ódio, promoção de conteúdo suicida, grupos violentos e violência
sexual.
Para verificar se a utilização da rede está dentro dos parâmetros estabelecidos, Ruf explicou que o Facebook une inteligência artificial à mão de obra humana como estratégia de enfrentamento dos abusos por parte dos usuários.
"Notícias falsas que gerem algum risco à saúde ou à vida
das pessoas são removidas da plataforma, assim como notícias falsas que violem
algum dos padrões da comunidade. Contudo, nas demais hipóteses, a abordagem
será a redução da distribuição e fornecimento de mais informações e contexto
aos usuários, para que tomem decisões melhores e mais informadas",
observou.
Coube à segunda expositora do curso, Danielle de Marco, a
tarefa de ensinar aos servidores dos Regionais como identificar conteúdos pagos
no Facebook e no Instagram. De acordo com a representante jurídica da empresa,
as duas plataformas adotam a transparência de perfis, páginas e anúncios pagos
como principal tática para o enfrentamento da desinformação nas redes sociais.
“Acreditamos que tudo que é pago deve ser sinalizado. O usuário tem que saber o que está por trás daquele conteúdo pago, quais são os anúncios de determinada página ou o que os anunciantes estão rodando no momento”, disse.
A palestrante explicou ainda como funciona a Biblioteca de
Anúncios do Facebook, local onde ficam armazenados todos os dados de campanhas
pagas na ferramenta, e a Central do Candidato, página criada com o intuito de
ajudar aqueles que desejam concorrer a cargos eletivos em novembro a se
conectarem com os eleitores por meio das redes sociais.
Danielle informou também que, desde o início de agosto,
qualquer anunciante que publicar assuntos referentes a figuras políticas,
partidos e eleições deve usar os rótulos “pago por” ou “propaganda eleitoral”
em suas publicações para assinalar conteúdos impulsionados. A regra é válida
tanto para o Facebook quanto para o Instagram, uma vez que as duas redes
sociais estão interligadas.
“A Biblioteca lista tudo o que foi gasto no anúncio e pode
ser acessada por todos, mesmos aqueles que não são usuários”, acrescentou a
painelista.
Para Dario Durigan, último painelista da capacitação on-line,
o grande desafio do WhatsApp em período eleitoral é combater a desinformação
mantendo a privacidade dos usuários que o utilizam. Segundo ele, mais de 90%
das 100 milhões das mensagens enviadas por meio do aplicativo todos os dias são
trocadas em conversas que envolvem apenas dois participantes.
Como forma de combater a propagação de conteúdos enganosos, o
serviço investe em sistemas informatizados para mapear comportamentos tidos
como suspeitos, sem invadir a intimidade dos utilizadores. "O sistema
identifica padrões abusivos de uso, não o conteúdo das mensagens",
esclareceu o representante do aplicativo.
Ainda de acordo com o palestrante, as outras estratégias do
WhatsApp de combate às fake news envolvem a conscientização sobre o uso correto
da ferramenta, além de formas de desestimular o compartilhamento de mensagens
encaminhadas por terceiros, o que diminui o potencial de viralidade do que é
replicado dentro do aplicativo.
“Em 2019, o limite de compartilhamento passou a ser de cinco
chats, e não 20, como era antes. O impacto mundial da alteração é de um bilhão
de mensagens compartilhadas a menos no WhatsApp diariamente”, complementou.
Em sua exposição, Dario anunciou mais uma medida de contenção adotada pela empresa com o intuito de diminuir a viralidade dos conteúdos espalhados por meio do serviço. “Em 2020, bastante atento às mensagens frequentemente encaminhadas, o WhatsApp incluiu mais um limite de encaminhamento. Agora, uma mensagem que já tem a seta dupla, que a caracteriza como frequentemente encaminhada, só pode ser encaminhada por vez para apenas mais uma conversa”, disse Durigan.
A servidora Sthefania Luiza Pires Moreira, do Tribunal
Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) participou do sétimo dia de
treinamento oferecido pelo TSE em parceria com as três plataformas digitais.
Para ela, que lida diretamente com fiscalização de propaganda eleitoral, a aula
ajudou a esclarecer questões técnicas envolvendo o uso das redes sociais nas
eleições. “As informações repassadas serão úteis na instrução dos processos
relacionados à propaganda eleitoral na internet”, analisou a participante.
João Milton Chaves, chefe de cartório da 10ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte, também avaliou a experiência como positiva. Na opinião do servidor, a capacitação on-line demonstrou uma maior proximidade das ferramentas digitais com a ponta da Justiça Eleitoral, representada pelos TREs. “Foi importante o direcionamento claro do que é possível e do que não é possível em se tratando de notícias publicadas nas mídias sociais, inclusive indicando a forma para que a decisão seja mais efetiva”, destacou.
Fonte: TSE
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