A alta foi pressionada pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 1,48% no período, impactados pelas altas das carnes, tomate, óleo de soja e arroz. Os transportes, com alta de 3,19%, também pesaram, puxados pela gasolina, que ficou 3,19% mais cara.
O indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do país – mostrou aceleração em relação ao índice de agosto, quando ficou em 0,23%.
No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 1,35% e, em 12 meses, atingiu 2,65%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado no trimestre, foi para 0,98%, acima da taxa de 0,26% registrada em igual período de 2019.
Alimentos pesam no bolso
A pesquisa aponta que os alimentos e bebidas foram o grupo que mais contribuiu para a aceleração do IPCA-15 em setembro. No período, as carnes ficaram 3,42% mais caras, e tiveram o maior impacto dentro do grupo.
Também ficaram mais caros o tomate (22,53%), o óleo de soja (20,33%), o arroz (9,96%) e o leite longa vida (5,59%). Os três últimos itens acumularam altas de 34,94%, 28,05% e 27,33% no ano, respectivamente.
Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE
Alimentação e bebidas: 1,48%
Habitação: 0,34%
Artigos de residência: 0,79%
Vestuário: -0,27%
Transportes: 0,83%
Saúde e cuidados pessoais: -0,69%
Despesas pessoais: 0,09%
Educação: -0,11%
Comunicação: 0,15%
Nos transportes, gasolina é a 'vilã', e passagens aéreas sobem
Os transportes tiveram a segunda maior variação em setembro, de 0,83%. A "vilã" mais uma vez foi a gasolina, que subiu 3,19%, na terceira alta consecutiva.
O óleo diesel (2,93%) e o etanol (1,98%) também apresentaram alta. Apenas o gás veicular registrou queda de 2,58%.
Ainda em transportes, as passagens aéreas apresentaram alta de 6,11%, após quatro meses consecutivos de quedas. Apesar da alta no mês, a queda acumulada no ano é de 55,18%.
Plano de saúde puxa recuo nos gastos com saúde
Os gastos com saúde e cuidados pessoais foram destaque de queda no mês, segundo o IBGE, recuando 0,69%.
O movimento foi puxado pelos planos de saúde, que ficaram em média 2,31% mais baratos, em função da decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de suspender reajuste dos contratos de planos de saúde até o fim de 2020. Como o reajuste normalmente é retroativo a maio, os valores antecipados naquele mês foram descontados no IPCA-15 de setembro.
Houve recuo também em produtos farmacêuticos (-0,07%) e higiene pessoal (-0,02%).
Itens de vestuário e educação têm nova queda
O IBGE apontou que os grupos itens de vestuário e educação registraram nova queda em setembro. No primeiro, o recuo de 0,27% foi resultado de quedas de 0,31% em roupas masculinas; 0,52% em roupas femininas, e 0,59% em roupas infantis.
Já em educação, o recuo foi de 0,11%. Tiveram queda apenas os itens de papelaria (-0,35%) e cursos diversos (-0,81%).
Alta em todas as regiões
Todas as regiões pesquisadas tiveram alta de preços em setembro. O maior resultado foi registrado em Goiânia (1,10%), devido às altas nos preços da gasolina (8,19%) e do arroz (32,75%).
Já a menor variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (0,18%), onde a queda nos preços da gasolina (-2,66%) contribuiu com -0,12 p.p. no resultado do mês.
Goiânia: 1,10%
Brasília: 0,08%
Fortaleza: 0,57%
Curitiba: 0,17%
Recife: 0,28%
São Paulo: 0,25%
Belo Horizonte: 0,37%
Porto Alegre: 0,30%
Belém: 0,15%
Rio de Janeiro: 0,20%
Salvador: 0,18%
Perspectivas e meta de inflação
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central do governo para o IPCA, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% neste ano.
Segundo o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro estimam uma inflação de 1,99% em 2020.
O menor menor patamar da inflação desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já registrado foi em 1998 (1,65%).
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica. O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado é que a Selic vá a 2,5% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alguma alta dos juros no ano que vem. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Já para o Produto Interno Bruto (PIB), a projeção dos analistas é de um tombo de 5,05% em 2020.
*Com informações de G1.
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