O possível envio de uma proposta de privatização dos Correios nas próximas semanas vem repercutindo na Câmara dos Deputados. Segundo a equipe econômica, a proposta já foi assinada pelo ministro Paulo Guedes e está em fase de avaliação pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Depois, vai ser enviado ao Palácio do Planalto, onde passará pelos últimos ajustes. Nas estimativas do governo, a venda da estatal pode render até R$ 15 bilhões aos cofres públicos. Porém, o ministro Fábio Faria já afirmou que, por enquanto, nenhuma empresa formalizou interesse para adquirir os correios.
A matéria deve ser enviada ao Congresso Nacional em forma de projeto de lei, que ao contrário de uma emenda constitucional, precisa de maioria simples na Câmara e no Senado Federal para ser aprovado. Assim, o Planalto vê com otimismo as chances de o processo prosperar. A agenda de privatizações tem ecoado no plenário da Câmara. O deputado Giovani Cherini (PL) se mostra favorável. “Temos que discutir sim a estabilidade do emprego, temos que discutir sim a privatização. Vamos perguntar para o povo brasileiro se ele está feliz com o serviço público brasileiro, se está feliz com a empresa pública brasileira. Vamos perguntar para o povo já que é democracia.”
Já a oposição busca barrar tentativas de privatizações. O deputado André Figueiredo (PDT) protocolou um projeto de decreto legislativo para suspender os estudos sobre parcerias do Estado com a iniciativa privada que visam a venda dos Correios. Parlamentares de esquerda vêm criticando a agenda do governo federal. Como faz a deputada Erika Kokay (PT). “A tentativa de desconstruir tudo que o povo brasileiro construiu ao longo da história, inclusive as suas empresas. Vender os Correios, a Eletrobrás, a Petrobras aos pedaços, como também vender a Caixa aos pedaços”, diz. A maioria dos líderes da Câmara acredita que as privatizações só devem avançar no parlamento a partir do ano que vem. Para 2020, outros temas são tidos como prioridade, como o Renda Cidadã, o Orçamento e as reformas tributária e administrativa. Além dos Correios, há movimentações para a venda da Eletrobrás, mas a ideia encontra forte resistência no Senado.
*Com informações de Jovem Pan.
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