O relacionamento abusivo é aquele em que há o predomínio de poder de um indivíduo sobre o outro. Nele, o desejo de controlar o parceiro se inicia sutilmente e aos poucos ultrapassa os limites, levando a sofrimento e mal estar. A percepção de que a relação é abusiva não necessariamente acontece em quem sofre o abuso, sem contar que com o passar do tempo, ambos podem passar a cometer abusos um contra o outro sem que inicialmente se deem conta. Apesar de ser difícil definir, os principais indicativos de um indivíduo abusivo são: ciúme e possessividade progressiva e exagerada; tentativa de controlar as decisões e ações do parceiro; tentativa de isolar o parceiro do convívio com amigos e familiares; ser violento verbalmente e/ou fisicamente; pressionar ou obrigar o parceiro a ter relações sexuais.
O abuso pode ocorrer em qualquer relacionamento amoroso, mas estudos recentes aumentaram o enfoque científico nas relações entre adolescentes, já que as redes sociais ampliaram as formas de controle e exposição. Estudos nacionais apontam que aproximadamente uma em cada três mulheres relatou ter sido vítima de um relacionamento abusivo, sendo que a maior parte delas diz não confiar nas leis para protegê-las da violência, uma vez que persiste em nossa sociedade a cultura da culpabilização das vítimas. A maior parte das vítimas de relacionamentos abusivos admitem extremo desgaste na relação e sofrimento repetitivo, mas tem sentimento de ambivalência e dúvida se esse abuso teria sido por culpa delas ou se o parceiro de fato é assim. Com frequência, as vítimas ainda relativizam se o parceiro é mesmo tão controlador, acreditam na mudança dele ou acabam se lembrando dos momentos “bons” em que eles agem de modo adequado e carinhoso.
Nos casos em que as vítimas sofrem violência física ou abuso sexual é frequente relatarem vergonha, medo da exposição e da crítica social, e por conta destes sentimentos, terem dificuldade de denunciar o parceiro. Muitos julgam o porquê das vítimas de relacionamento abusivos permanecerem em relações desta natureza, mas a dificuldade em sair deste contexto frequentemente passa por questões afetivas e emocionais, como por exemplo a incerteza diante do futuro, medo do desamparo, medo das reações do parceiro; em questões econômicas, como por exemplo quando a vítima depende do parceiro; e legais, como por exemplo o desconhecimento da lei e a burocracia. Para perceber se está em um relacionamento abusivo é necessário atentar aos sinais e excessos em relação ao controle, como possessividade, ciúmes, violência, agressividade, e questionar se tais atitudes têm causado desconforto ou mal estar. Ao perceber que está sofrendo um abuso ou que está sendo abusivo é fundamental que a pessoa busque apoio especializado, seja psiquiátrico, psicológico e em determinados casos até jurídico, e conte com o apoio familiar, dos amigos e conhecidos.
*Com informações de Jovem Pan.
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